(Lucas Prates)
A irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves, foi presa na manhã desta quinta-feira (18) durante operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Andrea, que é braço direito do presidente do partido tucano, foi detida em um condomínio de luxo localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Contra ela havia um mandado de prisão expedido pelo ministro Edson Fachin, relator da "Lava Jato" no Supremo Tribunal Federal (STF). Da casa dela, agentes da polícia federal apreenderam materiais e equipamentos que serão analisados pela corporação.
Além de Minas, um imóvel dela no Rio de Janeiro também foi alvo da operação federal. Residências e fazendas de Aécio Neves em Belo Horizonte, Cláudio (região Centro-Oeste de Minas), Rio e Brasília também foram alvos de busca e apreensão.
Um primo do presidente do PSDB também foi preso preventivamente pela Polícia Federal. Frederico Pacheco de Medeiros, conhecido como Fred, teria sido filmado recebendo R$ 2 milhões a mando de Joesley Batista.
Além dele, Menderson Souza Lima, assessor do senador Zezé Perrela (PMDB-MG) também foi preso. Todos foram citados na delação de Joesley Batista. Em todos os casos os mandados são de prisão preventiva e foram autorizados pelo STF.
A Operação que afastou o presidente do PSDB do mandato foi denominada pela Polícia Federal de Patmos. É uma referência a ilha grega na qual o apóstolo João teria recebido mensagens do apocalipse.
Investigação
Andrea Neves foi encaminhada à sede da PF, onde prestará esclarecimentos. Ela chegou por volta das 9h10, acompanhada de dois agentes, no banco de trás de uma viatura descaracterizada.
De lá, Andrea será encaminhada para o Instituto Médico-Legal (IML) para ser submetida a exame de corpo delito. Posteriormente, a irmã de Aécio deve ser transferida para a Penitenciária Feminina Estevão Pinto, no bairro Horto, região Leste da capital mineira.Filipe Motta/Hoje em DiaMovimento de viaturas foi intenso na sede da PF na manhã desta quinta-feira
Entenda
O empresário Joesley Batista, dono da JBS, teria entregue à Procuradoria Geral da República (PGR) uma gravação que compromete ainda mais o senador Aécio Neves. Segundo o Jornal O Globo, no áudio o presidente do PSDB aparece pedindo R$ 2 milhões ao empresário, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na "Lava Jato".
De acordo com o texto assinado por lauro Jardim, o diálogo gravado durou cerca de 30 minutos. Aécio e Joesley teriam se encontrado no dia 24 de março no Hotel Unique, em São Paulo. Quando Aécio citou o nome de Alberto Toron, como o criminalista que o defenderia, não pegou o dono da JBS de surpresa. A menção ao advogado já havia sido feita pela irmã e braço-direito do senador, Andrea Neves.
De acordo com a reportagem, foi ela a responsável pela primeira abordagem ao empresário, por telefone e via WhatsApp (cujas trocas de mensagens estão com os procuradores). As investigações, contudo, mostrariam para a PGR que esse não era o verdadeiro objetivo de Aécio.
Segundo o Jornal O Globo, o empresário não aceitou o pedido e quis saber quem seria o responsável por pegar as malas. Deu-se, então, o seguinte diálogo. (transcrição feita a partir da matéria do jornal O Globo).
*Com Agência Estado