(Reprodução / TV Bandeirantes)
O atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) chamou o adversário na corrida presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de “pessoa raivosa” ao avaliar o desempenho durante o debate realizado pela TV Bandeirantes, na noite deste domingo (16). Ao lado do ex-juiz Sérgio Moro (União-PR), senador eleito pelo Paraná que presidiu o julgamento de Lula, Bolsonaro disse acreditar no retorno da operação “Lava-jato”.
“Opinião pública tomou conhecimento do que foi o governo dele [Lula], quais são as suas propostas e conheceu o seu caráter. Uma pessoa que sonha voltar à cena do crime, não conseguirá isso”, afirmou.
Na sequência, Bolsonaro afirmou que o adversário foi responsável pelo “maior esquema de corrupção da história da humanidade” e o acusou de querer perseguir pessoas que teriam ido contra ele no passado.
“Um dos responsáveis pelo nosso endividamento, pela perda em parte dos valores familiares, que nós conseguimos recuperar, ou seja, uma pessoa raivosa, que fala o tempo todo em perseguir quem o condenou do passado”, disse.
Bolsonaro ainda enfatizou a presença de Moro, como exemplo vivo da “Lava-Jato”- operação apoiada por Moro, que resultou na condenação de Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em 2017, em caso relacionado a um triplex no Guarujá, em São Paulo.
“Aqui do lado Sérgio Moro, exemplo vivo do que foi a Lava Jato, que tem falado do que aconteceu naquela época, um dos responsáveis pelo ressurgimento do Brasil naquela época. Perdemos um pouco com a volta do Lula interferindo em vários setores, mas acredito que a lava jato volte a ser uma realidade no futuro para o bem do nosso país”, finalizou.
Após a eleição de Bolsonaro em 2018, Moro foi nomeado ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, e permaneceu na pasta entre janeiro de 2019 e abril de 2020. Ao anunciar sua saída, o ex-juiz federal se desentendeu com o presidente e alegou que havia interferência na Polícia Federal (PF) por parte da Presidência da República.
Em março de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações de Lula no âmbito da Lava-Jato por considerar Moro parcial. Em abril deste ano, o Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) concluiu que a investigação e o julgamento do ex-presidente petista não foram imparciais e violaram o direito à privacidade e seus direitos políticos.