Militantes da Rede Sustentabilidade, partido em formação liderado pela ex-senadora Marina Silva, insistiram, neste domingo, 15, na reformulação da política de alianças regionais para as eleições de 2014 a ser encabeçada pelo PSB do governador e presidenciável Eduardo Campos (PE).
Durante o primeiro seminário programático da futura sigla, em Brasília, os principais apoiadores de Marina defenderam que a coligação Rede-PSB promova nos Estados a mesma lógica nacional de se apresentar como terceira via, acabando com as alianças regionais com o PSDB e PT. "Como se fala em nova agenda para o Brasil compondo com esses partidos?", deu o tom o deputado federal Walter Feldman (SP).
Apesar do governador Eduardo Campos ter reafirmado, hoje, a disposição de se chegar a um entendimento na maioria dos Estados, os apoiadores de Marina não esconderam as dificuldades em convencer o PSB a abandonar os palanques de PT e PSDB no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e São Paulo, estados estratégicos para o plano de candidatura presidencial independente. "A nossa tese é a de que tem de ter candidaturas articuladas com o projeto nacional", explicou Pedro Ivo, coordenador de organização da Rede. "O melhor para nós, do ponto de vista de identidade com a política nacional, é reproduzir no maior número de Estados esse valor programático", concordou Feldman.
Em São Paulo, a Rede quer tirar o PSB da base de apoio à reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin. Os "marineiros" dizem que a manutenção da aliança PSB-PSDB em São Paulo não é consenso nem no partido de Eduardo Campos e que não devem mudar de ideia nem se pesquisas de intenção de voto indicarem a viabilidade da manutenção da aliança, como quer o presidente do PSB no Estado, deputado federal Márcio França. "Não precisamos de pesquisa lá", disse Pedro Ivo.
Em recente conversa com Alckmin, Feldman explicou que a rejeição à candidatura tucana "não é pessoal" e o governador pediu uma nova conversa nos próximos dias. "O eleitorado que quer mudança quer em São Paulo também essa oportunidade", justificou Feldman. São Paulo é considerado ponto crucial para as discussões com o PSB.
Segundo o deputado, a Rede quer a revisão da aliança em pelo menos 10 Estados, como Rio de Janeiro e Minas Gerais. "Precisamos reduzir os locais onde a aliança ainda se faz no modelo antigo", pregou Feldman.
A sigla, hoje coligada ao PSB porque não conseguiu seu registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), formalizou no sábado, 14, a criação de um grupo de trabalho que fará um estudo da tática eleitoral para a sucessão do próximo ano. Os "marineiros" farão um documento com o balanço da evolução das conversas com o PSB sobre os palanques estaduais.
Na segunda-feira, 16, Eduardo Campos conversará com líderes do PPS sobre os termos da nova aliança. Segundo os aliados de Marina, não há negociação sobre a indicação de um vice do PPS para compor a chapa presidencial. A formalização da adesão à pré-candidatura de Campos à Presidência da República acontecerá na próxima terça-feira, 17, no Recife.
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