Adversários políticos, o governador Romeu Zema (Novo) e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas, Agostinho Patrus (PSD), não vão se encontrar nos tradicionais eventos em alusão ao Dia da Inconfidência, agendados para esta quinta-feira (21), em Ouro Preto, na região Central de Minas. Isso porque a ALMG divulgou nota reforçando, na manhã desta quarta-feira (20), que não vai haver entrega de medalhas na ocasião, o que deixa a celebração incompleta após dois suspensa devido à pandemia da Covid-19.
“A presidência do Conselho Permanente da Medalha da Inconfidência esclarece que não haverá entrega de medalhas durante a solenidade em Ouro Preto, marcada para esta quinta-feira, dia 21 de abril, como já informado pelo Governo do Estado. A homenagem aos agraciados ocorrerá no Palácio da Inconfidência, na sede do Parlamento mineiro, em Belo Horizonte, em data ainda a ser marcada”, afirma a ALMG, na nota.
A nota também acrescenta que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, colega de partido de Agostinho Patrus, também não comparecerá à cerimônia por estar em viagem oficial à Portugal, onde se encontrará com o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa. A informação foi confirmada pela assessoria da presidência do Senado.
No convite oficial enviado pelo governo, Pacheco consta como o homenageado com o Grande Colar, além de ser citado como convidado para ser o orador da cerimônia.
Questionado, o governo do estado informou em nota que faltou tempo hábil para produção das medalhas devido ao curto prazo da confirmação do evento - no dia 4 de abril - e o fim das restrições a cerimônias honoríficas, que ocorreu no dia 10 de março de 2022.
“O Comitê Extraordinário Covid-19, responsável pelas medidas de enfrentamento à pandemia em Minas Gerais, somente retirou as restrições a cerimônias honoríficas no dia 10 de março de 2022. Até então, portanto, não era certa a realização da cerimônia do Dia da Inconfidência, que gera impacto significativo em Ouro Preto e região, com a movimentação de homenageados, jornalistas e equipes técnicas. Sem as restrições, foi tomada a decisão de realizar o evento, ainda que em modelo diferente do tradicional, dado o prazo exíguo para a sua organização, levando sempre em conta a importância do Marco da Inconfidência para todos os mineiros. Diante desse cenário, somado à escassez de insumos também ocasionada pela pandemia, conforme explicado pelos fornecedores, a produção das medalhas ficou comprometida, de forma que os homenageados deverão recebê-las a posteriori”, diz a nota enviada.
O evento
A Medalha da Inconfidência foi criada em 1952 pelo governador Juscelino Kubitscheck e possui quatro designações: Grande Colar, Grande Medalha, Medalha de Honra e Medalha da Inconfidência. No dia 21 de abril, a capital do estado é transferida simbolicamente para Ouro Preto.
Este ano, a cerimônia irá contemplar, além dos indicados em 2022, os agraciados em 2020 – quando o evento não foi realizado devido à pandemia. Em 2021 não houve indicados para a homenagem. Ao todo, serão 170 homenageados.
Em 2022, serão 84 personalidades contempladas. Além da homenagem do Grande Colar, serão entregues 17 Grandes Medalhas, 36 Medalhas de Honra e 30 Medalhas da Inconfidência. Entre os agraciados está a técnica de enfermagem do Hospital Eduardo de Menezes, Maria do Bonsucesso, mais conhecida como Cecé, a 1ª imunizada contra a covid-19 em Minas.
Já na lista de 2020 foram 86 agraciados, sendo 11 Grande Medalhas, 38 Medalhas de Honra e 37 Medalhas da Inconfidência. Entre as personalidades indicadas estão o presidente da Academia Mineira de Letras, Rogério de Vasconcelos Faria Tavares, e o professor da UFMG, Unaí Tupinambás, que atuou diretamente no combate à Covid-19.
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