(Guilherme Dardanhan / ALMG)
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) divulgou, nesta segunda-feira (19), uma nota de repúdio às mais recentes ameaças de morte sofridas pela deputada estadual Andréia de Jesus (PT).
Na última sexta (16), a parlamentar solicitou à presidência da Casa reforço na proteção policial após receber um e-mail com ameaças.
“A Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais repudia, mais uma vez e com veemência, as novas ameaças recebidas pela deputada Andréia de Jesus (PT) em seu e-mail corporativo. Desde a última ocorrência, o presidente do Parlamento mineiro, deputado Agostinho Patrus (PSD), solicitou junto à Polícia Militar escolta à deputada e esta proteção continua sendo feita até os dias de hoje”, diz a nota da ALMG.
O texto finaliza lembrando que há inquéritos em andamento que buscam identificar os autores das ameaças.
As ameaças
Na madrugada de quinta-feira (15), um e-mail com o assunto “Já estamos contando as balas” foi enviado para a conta do gabinete da deputada, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa. O remetente se nomeou como “Comando da Caça aos Comunistas de Minas Gerais”.
O texto faz menções a Marielle Franco, vereadora carioca que foi assassinada a tiros no Rio de Janeiro em 2018, e ao coronel do Exército Brasileiro Carlos Brilhante Ustra, apontado como autor e mandante de diversas torturas durante a ditadura militar e tratado como herói pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
“Deputada Andreia de Jesus vou ser direto. Estamos cansados de seus ataques a família mineira. Por isso vamos eliminar você. Vai ser com tiros nas nádegas e pelas costas pois os traidores merecem. Você nem vai ver o que te atingiu. Seus dias estão contados e seu fim é questão de tempo. Muito pouco tempo. Marielle te espera. Ustra vive! Selva!”, dizia o texto enviado.
(Divulgação)
A assessoria da deputada Andréia de Jesus afirmou que um boletim de ocorrência foi registrado na Polícia Civil. É o 14º boletim de ocorrência registrado pela deputada.
As ameaças começaram em novembro de 2021, quando Andréia de Jesus cobrou uma rigorosa investigação sobre uma ação da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal que terminou com a morte de 26 pessoas, em Varginha, no Sul de Minas Gerais.
Após isso, as ameaças não cessaram. A deputada chegou a ter a escolta retirada pela própria PM, que alegou não ter indícios de ataques contra ela.
Em março de 2022, o Ministério Público Estadual (MPMG) chegou a emitir um ofício solicitando a manutenção da escolta parlamentar, já que considerou um equívoco o fim da proteção.
O MPMG ressaltou que existiam, na época, 27 investigações de injúria racial e crimes contra a honra, em que a deputada foi vítima. Após isso, a escolta foi retomada.
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