Aviões com corpos de Campos e outros seis deixam São Paulo

Folha Press
16/08/2014 às 19:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:49
 (RAFAEL ARBEX/ESTADÃO CONTEÚDO)

(RAFAEL ARBEX/ESTADÃO CONTEÚDO)

Os restos mortais das vítimas do acidente que matou o candidato a presidente da República Eduardo Campos (PSB) e outras seis pessoas deixaram São Paulo na noite deste sábado (16) em direção às cidades em que devem ocorrer os velórios.    Três aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) vão transportar os corpos para Recife (PE), Aracaju (SE), Maringá (PR) e Governador Valadares (MG).    No avião C-130 Hercules estão 25 pessoas, entre amigos e familiares das vítimas, e cinco caixões -com os corpos de Campos, do fotógrafo e cinegrafista Marcelo de Oliveira Lyra, do assessor Carlos Percol, do fotógrafo Alexandre Severo Gomes da Silva, que serão enterrados em Recife, e com o ex-deputado federal Pedro Almeida Valadares Neto, que será enterrado em Aracaju (SE).    Até o Recife, serão quatro horas e meia de viagem. Na volta, a mesma aeronave parte para Aracaju com os restos mortais do ex-deputado federal.    O Brasília C-97 parte para Governador Valadares (MG) para levar o corpo do copiloto do jato, Geraldo Magela Barbosa da Cunha. Já a aeronave C-105 Amazonas vai transportar os restos mortais do piloto Marcos Martins até Maringá (PR).    Um quarto avião, transportando apenas familiares e amigos das vítimas também partiu para o Recife.  Por volta das 16h20, os corpos foram liberados do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo em carros funerários separados. A comitiva que se dirige à Base Aérea de Cumbica é acompanhada por veículos da Polícia Militar e de familiares dos mortos.    Na saída do IML, em torno de 20 pessoas acompanharam a liberação dos corpos e aplaudiram a comitiva entoando o coro: "Se sente, Eduardo está presente".    A presidente Dilma Rousseff, dezenas de autoridades e o ex-presidente Lula também devem comparecer.  De lá, devem seguir em um carro dos bombeiros pelas principais avenidas, passando pela orla de Boa Viagem, até o Palácio do Campo das Princesas, sede do governo, onde serão velados juntos.    Se o cronograma vingar, haverá missa campal em frente ao palácio às 14h de domingo (17), na Praça da República.    O cemitério de Santo Amaro, onde Campos e um de seus assessores, Carlos Percol, serão sepultados, costuma receber cerca de 50 mil pessoas no dia de Finados. Seu recorde foi há nove anos, no enterro do avô de Campos, Miguel Arraes, morto também num 13 de agosto: 80 mil pessoas.    ACIDENTE    O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49, morreu na quarta (13) em acidente aéreo em Santos, litoral paulista, onde cumpriria agenda de campanha. O jato Cessna 560 XL, prefixo PR-AFA, partira do Rio e caiu em área residencial.    Dois pilotos e quatro assessores também morreram, e sete pessoas em solo ficaram feridas. Os restos mortais removidos do local do acidente chegaram na noite de quarta na unidade do IML (Instituto Médico Legal) na rua Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A Aeronáutica investiga a queda.    Governador de Pernambuco por dois mandatos, ministro na gestão Lula, presidente do PSB e ex-deputado federal, Campos estava em terceiro lugar na corrida ao Planalto, com 8% no Datafolha. Conciliador, era considerado um expoente da nova geração da política.    CANDIDATA    O PSB superou as divergências internas e selou acordo para lançar Marina Silva à Presidência da República no lugar de Eduardo Campos. Ela concordou com a inversão da chapa e deverá ser anunciada oficialmente na próxima quarta-feira (20). O novo presidente da sigla, Roberto Amaral, prometeu a Marina que ela não precisará permanecer no partido caso seja eleita.    O PSB agora discutirá a indicação do novo vice na chapa presidencial. O deputado gaúcho Beto Albuquerque, hoje candidato ao Senado, é o mais cotado para a vaga.    Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto oficial de três dias e afirmou que o acidente "tirou a vida de um jovem político promissor". Também presidenciável, Aécio Neves (PSDB) disse ter perdido um amigo.    Marina declarou que guardará dele a imagem de "alegria" e "sonhos". Campos morreu num 13 de agosto, mesmo dia da morte do avô, o também ex-governador Miguel Arraes (1916-2005). Campos deixa mulher, Renata Campos, e cinco filhos, o mais novo nascido em janeiro. "Não estava no script", disse Renata.

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