O ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) escreveu uma "carta de reflexão", obtida pelo Estado, em que ataca as alegações finais feitas pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. O tucano afirma que a peça jurídica contém "motivação política" e a classifica como "um conjunto de erros e deliberadas omissões" e "um atentado à democracia". Réu nos crimes de peculato e de lavagem de dinheiro, Azeredo acusa Janot de utilizar em sua denúncia documentos produzidos por um falsário e de validá-los "levianamente", citando a inclusão de provas apresentadas pela testemunha Nilton Monteiro, atualmente preso por falsificação.
Os ataques não se restringem apenas a testemunhas e à contestação de provas, mas à própria procuradoria. "É constrangedor ver a PGR ir muito além da prudência e da isenção esperada da instituição e defender de forma absoluta e incompreensível o caráter da sua testemunha", escreveu Azeredo. Dizendo estar deprimido, o ex-governador contou com a ajuda de seus advogados para redigir a carta e rebater ponto a ponto as supostas fragilidades da acusação produzida por Janot. O ex-deputado resume sua visão sobre o documento: "A fragilidade jurídica da peça, as contradições ignoradas e as propositais omissões nela presentes reforçam a suspeita de que a peça foi desenvolvida de forma a tentar validar uma tese política preconcebida".
O tucano encerra sua carta com duas perguntas: "Como pode a PGR basear decisão tão importante em evidências tão frágeis, contraditórias e que não se sustentam diante de qualquer investigação séria? A Procuradoria Geral da Republica é instituição fundamental para o País. O procurador-geral é tido como um homem de bem. Então, o que aconteceu?, finalizou.
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