Bancada mineira cobrará a conta por apoio dado a Alves e Calheiros

Telmo Fadul - Do Hoje em Dia
18/02/2013 às 11:15.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:05
 (Ivaldo Cavalcante/Leonardo Prado)

(Ivaldo Cavalcante/Leonardo Prado)

BRASÍLIA – A bancada de Minas Gerais no Congresso Nacional já se prepara para, passadas as festividades de Carnaval, cobrar de Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL) a fatura pelo apoio à eleição de ambos às presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente.

Os mineiros foram fundamentais para a vitória dos peemedebistas, principalmente por não terem aderido, entusiasticamente, às candidaturas adversárias, do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) e do senador Pedro Taques (PDT-MT).

Nos dois pleitos, a postura da maioria dos parlamentares de Minas foi dúbia. Embora, na Câmara, tenham descarregado votos em Delgado, fizeram questão de figurar entre os eleitores de Alves. No Senado, prometeram sufragar o nome de Taques, mas, pouco atuaram para contagiar os pares.


Posição

Tanto Henrique Eduardo Alves quanto Renan Calheiros, quando das conversas preliminares sobre suas candidaturas, perceberam a estratégica posição dos mineiros. No caso de Delgado, uma adesão em massa e oficial dos conterrâneos daria à candidatura do socialista um respaldo institucional, o qual não recebeu nem do próprio partido.

Já Calheiros poderia ver-se minimamente ameaçado se o senador Aécio Neves, potencial candidato do PSDB à presidência da República em 2014, patrocinasse no Senado um projeto de poder alternativo, semelhante ao que prega para o Palácio do Planalto.


Ameaça

Para atrair os mineiros, Alves tratou de duas coisas: primeiro, colocar entre seus principais cabos eleitorais o coordenador da bancada de Minas junto ao governo federal, Fábio Ramalho; segundo, fazer circular entre possíveis dissidentes a “ameaça” de que poderiam não encontrar a mesma disposição do Executivo para o pagamento de suas emendas ao Orçamento da União.


Obrigação

De seu lado, Calheiros não precisou de tanto esforço para convencer os senadores de Minas de que era a melhor opção. Clésio Andrade (PMDB) aderiu naturalmente, por ser da mesma sigla que o alagoano.

Zezé Perrella (PDT), amigo de Renan, diz que só votou em Taques por obrigação partidária. Aécio, além de obter a primeira secretaria para o PSDB, acabou por não criar atritos com o PMDB – sigla com a qual sonha coligar-se na eventualidade de um rompimento desta com a presidente Dilma Rousseff.

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