(Roberto Stuckert Filho)
BRASÍLIA – Os deputados federais de Minas Gerais não alimentam especulações em torno da volta do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva à corrida pelo Palácio do Planalto em 2014. Embora, nos bastidores, admitam preferência pelo antecessor de Dilma Rousseff – “gosta mais de contato com político” –, em público, a ordem é não se queimar com a atual mandatária da República. Os mineiros vivem situação dúbia: ao mesmo tempo em que sonham com Lula – “chegamos a ter sete ministros no governo dele” –, sabem que, para o projeto presidencial do senador Aécio Neves, que deve ter apoio em massa de lideranças de vários partidos, Dilma Rousseff é a concorrente ideal. Apesar de a popularidade aferida da petista ser maior que a do padrinho quando no mesmo período do mandato, Lula parece aos mineiros um adversário mais difícil de bater. Elegeu a própria Dilma e, na última eleição municipal, deu mais uma demonstração de força com a vitória de Fernando Haddad sobre José Serra, ex-prefeito e ex-governador de São Paulo. Tudo isso a despeito da condenação de petistas históricos no julgamento do mensalão. Saudade contida A saudade contida de Lula deriva do fato de ele ser mais afeito ao que os parlamentares classificam como “jogo político”: a troca de carinho encenada, que, embora não dê resolução efetiva aos problemas, passa ao eleitorado a impressão de que o congressista tem algum poder de influência junto à cúpula do Executivo. Também agrada aos deputados a lembrança de que, na época do ex-presidente, o nível de liberação de suas emendas ao Orçamento era maior. Medo da derrota Já o PT mineiro alega motivos opostos para optar pela permanência de Dilma: o medo da derrota com Lula. Por absurda que pareça, essa é a justificativa corrente fora dos microfones. Nas vezes em que o partido não permitiu que um governante disputasse a reeleição, perdeu. Foi assim em 2012, com João da Costa, em Recife, que poderia vencer a eleição mas acabou preterido em favor do derrotado senador Humberto Costa. Olívio Dutra, 14 anos antes, poderia ter sido reeleito no Rio Grande do Sul, porém o PT o trocou por Tarso Genro, que perdeu. Mesmo mal representados no governo, – o único ministro é Fernando Pimentel, no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior –, os mineiros do PT sustentam que não se pode cometer o mesmo erro pela terceira vez. Leia a matéria completa na Edição Digital