Bolsonaro é criticado por parlamentares mineiros após divulgar vídeo com chamado para manifestação

Bernardo Almeida
bpereira@hojeemdia.com.br
27/02/2020 às 09:13.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:46
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

(Valter Campanato/Agência Brasil)

Parlamentares da bancada mineira no Congresso criticaram o suposto incentivo do presidente Jair Bolsonaro a uma manifestação que ganhou traços de ataque ao Legislativo nacional. Em vídeo compartilhado pelo presidente, a população é chamada a ir às ruas para defendê-lo, o que ocorre em meio a episódios de conflito do Palácio do Planalto com o Congresso. 

Também por meio das redes sociais, Bolsonaro alegou que, no Whastapp, por onde divulgou o vídeo, conta com “algumas dezenas de amigos”. “Trocamos mensagens de cunho pessoal”, afirmou. Mesmo assim, o deputado Júlio Delgado (PSB), por exemplo, repudiou o chamamento. Para ele, o caso configuraria crime de responsabilidade.

“Temos que repreender qualquer atitude do chefe de um poder em agressão a outro poder. Não existe isso de cunho pessoal, ele não pode ficar brincando com uma instituição, ele é o presidente”.

O senador Rodrigo Pacheco (DEM) vê no apoio do governo à manifestação contra o Congresso “um sinal muito negativo para o mercado, pois indica que ele pode estar sem controle da economia e buscando transferir a culpa do que está por vir”. Ainda segundo Pacheco, “não há lógica em expor a ataques públicos o Parlamento, que apoiou as principais pautas do governo até aqui”. Questionado sobre a atitude do presidente, o senador Antonio Anastasia (PSD) disse que “sempre defende o pleno funcionamento das instituições, nos termos constitucionais”.

Líder do Avante na Câmara, o deputado Luís Tibé compartilhou nas redes mensagem do presidente da casa, Rodrigo Maia, em que esse pede união pelo diálogo e diz que “criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir”. O deputado Tiago Mitraud (Novo) também foi crítico ao presidente. “Além de ficar se auto-afirmando mártir e salvador da pátria, não percebe que o papel dele deveria ser se entender com o Congresso. E não o contrário”.

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