Brasil e Venezuela estudarão área fronteriça de "integração"

09/02/2013 às 19:07.
Atualizado em 21/11/2021 às 00:53

Brasil e Venezuela estudam o estabelecimento de uma área de "integração" e "trocas comerciais" entre o norte e o sul de ambos os países, anunciaram este sábado em Caracas seus respectivos chanceleres, Antonio Patriota e Elías Jaua. Patriota e Jaua agendaram uma reunião para o fim de março "para dar forma a uma ideia (...) de zona (de trocas comerciais) pelo norte, especialmente Manaus e a região da Guayana (sul da Venezuela)", explicou Jaua em coletiva de imprensa.

Segundo Jaua, trata-se de "um velho sonho" do presidente venezuelano, Hugo Chávez, do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da atual presidente, Dilma Rousseff. "A Venezuela está mais perto do norte do Brasil, que os grandes polos industriais" do sul ou de São Paulo, acrescentou Jaua, que afirmou que seu país poderia suprir algumas necessidades do norte brasileiro com combustíveis, alimentos e
indústria petroquímica, entre outros.

"A ideia é aproximar o norte do Brasil da Venezuela", disse o chanceler brasileiro, que explicou que a reunião de março, entre ministros e representantes do setor privado servirá para encontrar formas de estimular as trocas comerciais no âmbito energético, agrícola, científico e tecnológico, dos transportes e acadêmico.

Patriota - que transmitiu seu desejo de que Chávez, hospitalizado há dois meses em Cuba após ser operado de um câncer, "se recupere o mais rápido possível"- lembrou que o comércio bilateral entre Brasil e Venezuela é "um dos mais dinâmicos".

O Brasil é um dos principais sócios comerciais da Venezuela, o que, em 2012, significou um superávit comercial de 5,056 bilhões de dólares, graças a exportações, sobretudo, no setor agroalimentar.

Ambos os chanceleres revisaram o processo de adequação da Venezuela no Mercosul, bloco integrado por Brasil, Argentina, Uruguai e o temporariamente suspenso Paraguai, ao qual a Venezuela se integrou formalmente em julho. "Hoje, a Venezuela como membro pleno do Mercosul se aproximou ainda mais do Brasil", afirmou Patriota, que disse ter "plena confiança" que o país cumprirá todos os prazos de adequação ao bloco.

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