O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, afirmou que as buscas da Polícia Federal nas casas do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) reforçam a percepção de "esgotamento" dele à frente da Câmara dos Deputados. "O Congresso Nacional, o Poder Judiciário e o Ministério Público têm que estar muito atentos a esses fatos e muito atentos à percepção da sociedade em relação ao esgotamento da representação do presidente da Câmara", afirmou Rossetto, após participar nesta terça, 15, de uma cerimônia com as centrais sindicais na sede do ministério, em Brasília.
Em nova fase da Operação Lava Jato, a Polícia Federal fez buscas e apreensão nas casas de Cunha. Dois ministros, Henrique Eduardo Alves (Turismo) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), o senador Edison Lobão (PMDB-MA), o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, também foram alvo da operação.
Em entrevista publicada na edição de sábado no jornal O Estado de S.Paulo, Rossetto classificou como "golpismo" a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff por Cunha. "É inaceitável uma tentativa de buscar o poder sem o voto popular, isso é golpe", afirmou.
A nova fase da Lava Jato foi denominada de Operação Catilinárias em referência a quatro discursos proferidos pelo cônsul romano Marco Túlio Cícero contra o senador Lúcio Catilina, acusado de tentar tomar o poder em Roma.
Na cerimônia desta terça, o ministro recebeu das centrais uma agenda para a retomada da atividade econômica, mesmo documento que será apresentado, à tarde, à presidente Dilma Rousseff. Entre os pontos estão retomada dos investimentos público e privado em infraestrutura e no setor de energia; segurança jurídica ao setor da construção; estímulos às exportações; ampliação do crédito; entre outros pontos.
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