(Fernando Frazão)
RIO DE JANEIRO - O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), confirmou na manhã desta terça-feira (17) que o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, recusou o convite para candidatar-se a vice-governador. Ele ocuparia a chapa com o atual vice, Luiz Fernando Pezão, escolhido pelo PMDB para tentar a sucessão ao Palácio Guanabara. Cabral disse que um novo nome será escolhido entre os partidos que compõem sua aliança. De acordo com o governador, a decisão de Beltrame foi de "foro íntimo". Ele me disse que nunca se dispôs a disputar eleições na sua vida. Sempre foi um profissional da segurança, prefere continuar assim, servindo ao nosso governo. A gente tem que respeitar. Há uma diferença muito grande em ser um servidor público ocupando um cargo, e outra disputar um cargo eletivo. Era um convite que havia sido feito por nós, mas ele tomou essa decisão", disse Cabral, após evento no Tribunal de Justiça. O PMDB quer usar a imagem de Beltrame como garantia de continuidade da política de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Apesar da recusa, o secretário ainda será útil para este papel. Cabral disse que ele aceitou permanecer a frente da pasta caso Pezão vença a eleição no ano que vem. "Ele disse claramente: 'Continuo na secretaria e continuarei sendo o Pezão governador. Não sendo o Pezão deixaria a secretaria. Não há dúvida'", afirmou o governador. Saída do PT Cabral disse ainda que respeita a decisão do PT do Rio de entregar os cargos no governo do Estado até o fim do ano. A medida é uma forma de fortalecer a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT), mas ainda precisa de aval do Diretório Nacional da sigla. "Temos que ter respeito a todos os partido aliados. Conversar, dialogar, buscar convencer faz parte do processo político. O PT vem há sete anos contribuindo com o nosso governo com excelentes secretários e equipes. Mas nada está decidido, é mais uma especulação", disse Cabral. O governador disse respeitar "a ambição e o desejo de qualquer político que queira disputar eleição". "Tenho pelo senador Lindbergh uma relação de respeito".