Câmara improvisa setor na entrada e arte perde espaço

Humberto Santos - Hoje em Dia
31/08/2013 às 08:48.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:30

A Câmara Municipal de Belo Horizonte instalou na entrada principal do prédio um estrutura para abrigar dois setores administrativos do Legislativo. O novo espaço foi criado com a “desculpa” de falta de espaço, mas a motivação admitida nos bastidores foi diminuir a área para novas ocupações. Porém, a nova estrutura tem deixado os funcionários apreensivos. Os servidores reclamam, nos bastidores, que o novo espaço não é adequado para o trabalho.

“O pé direito ali é muito alto. Faz muito barulho, não dá para concentrar. Ninguém quer trabalhar ali’, diz um funcionário que pediu para não ser identificado.
“Como os servidores não querem ir para lá, vão mandar os terceirizados, que não têm opção”, completa.

Na última segunda-feira (26) horas antes da audiência pública que discutiu o transporte coletivo da capital, funcionários corriam para transferir para o setor a Escola do Legislativo. No dia seguinte a estrutura foi retirada.

A audiência levou para Casa os manifestantes que ocuparam a Casa por duas vezes. O temor é por uma nova ocupação, por isso o novo setor foi construído rapidamente.
O servidor afirma que chegou a ser cogitado o Cerimonial da Câmara ocupar o local, fato que não foi bem aceito pelos funcionários do setor.
Segundo a assessoria da Casa, o espaço será ocupado pela recém criada Ouvidoria. Junto à ela funcionará o Centro de Atendimento ao Cidadão (CAC).

Galeria

O vereador Adriano Ventura (PT) elogia a criação da Ouvidoria, mas critica a escolha do espaço. “A ideia de criar a Ouvidoria é excelente, mas a localização não é ideal, é inapropriada, insalubre e não tem sigilo acústico”, reclama o petista.

Outro parlamentar, que pediu para não ser identificado, disse que a nova estrutura está “desfigurando” a Câmara. “A Casa está ficando cada vez mais feia. Era um saguão que tinha exposição artística. Fica feio até para receber autoridades”, diz, em referência ao fato de que o local abrigava a galeria de arte Guimarães Rosa, que perdeu o espaço com a criação das novas salas.

O presidente da Câmara, Léo Burguês (PSDB), disse que a nova estrutura é provisória. “Temos um problema sério de espaço. Quando o prédio foi construído, tínhamos 31 vereadores; hoje temos 41. Está faltando espaço para várias atividades. Estamos trabalhando com o o que temos”.

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