(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)
Depois de quase três meses de trabalho da Comissão Especial criada na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) para apresentar nova forma de gerir a verba indenizatória da Casa, a três dias do prazo fixado para a entrega do relatório – 12 de maio – ainda não há um parecer consistente para ser apresentado.
O relator da comissão, vereador Silvinho Rezende (PT) já confirmou que vai pedir mais prazo ao presidente da Câmara, Léo Burguês (PTdoB), para finalizar o documento que vai embasar a “solução” da Mesa Diretora. Rezende encaminhou apenas na semana passada, aos 41 gabinetes, o levantamento dos itens e em que quantidade são consumidos pelos parlamentares a cada mês, como gasolina, serviços de correio e manutenção de carros oficiais.
Ontem, o petista disse ainda que apenas “metade” da CMBH havia entregue o questionário que irá embasar seu relatório. “Recebi 50% dos questionários que distribuí na semana passada para cada colega. Dei um prazo para eles me devolverem e, com esse material complexo, vou fazer o relatório. É muito trabalho”, afirmou Silvinho.
Nos bastidores, fala-se que combustível e gastos com correspondências poderiam ser licitados, em vez de entrarem na cota dos R$ 15 mil mensais a que cada vereador tem direito de gastar para custear o mandato. No ano passado, o gasto com verba indenizaória chegou a R$ 5,8 milhões. Os dois principais gastos, que consomem 52% da verba, 26% cada um, são transporte e divulgação de atividade parlamentar.
Negando a demora para elaborar o relatório final, o presidente da comissão especial, Ronaldo Gontijo (PPS), saiu em defesa de Silvinho Rezende. “A maior parte do trabalho ficou com ele (Silvinho). Temos tempo ainda, até dia 12, e estamos com os dados da verba indenizatória da Assembleia Legislativa e do Congresso Nacional. Começamos as tarefas em fevereiro, logo que a comissão foi criada, mas o trabalho foi se acumulando. Aliás, dá muito trabalho mesmo”, destacou Gontijo.
O Hoje em Dia tentou contato com o presidente da CMBH, vereador Léo Burguês, para comentar o assunto, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. O celular do vice-presidente da Casa, Wellington Magalhães, (PTN) estava desligado.