O ex-governador de Pernambuco e pré-candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, afirmou há pouco que o fato de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ter decidido se aposentar depois do prazo de descompatibilização para os magistrados que querem disputar a eleição de 2014 é uma sinalização de que ele não quer participar do pleito deste ano.
"Se fez assim, ele já mandou um recado aos navegantes de que não deseja participar - ao menos desta eleição - ativamente do processo político eleitoral", disse Campos em coletiva de imprensa após um seminário da aliança PSB-Rede-PPS, em Goiânia.
O pessebista argumentou ainda que, ao anunciar seu desligamento da corte já sem condições de se candidatar nestas eleições, Barbosa busca um período de "quarentena". " Entendo que ele está procurando ter uma quarentena na transição entre ser membro da Suprema Corte e a militância política. Ele preferiu ficar inelegível para esta eleição, para poder exatamente ter essa quarentena".
Nesta semana, Joaquim Barbosa anunciou que pretende deixar o Supremo em junho, mesmo podendo permanecer na Corte por mais de 10 anos antes de atingir a idade de aposentadoria compulsória. Com um desempenho favorável em pesquisas de intenção de voto, o gesto de Barbosa despertou o interesse de partidos políticos da oposição, que se articulam para tentar ao menos uma declaração de apoio do magistrado.
Sobre um possível apoio de Barbosa a algum dos candidatos na eleição deste ano, Campos afirmou que, ao deixar efetivamente o STF em junho, Barbosa vai dizer da sua disposição ou não de se manifestar. De acordo com Campos e com a candidata a vice em sua chapa, a ex-senadora Marina Silva, não cabe à legenda abordar o magistrado enquanto ele não se desligar da Corte ou mesmo se posicionar sobre a sua disposição de tomar partido no pleito. "Não é o caso de enquanto ele está no Supremo e enquanto ele não falou da sua disposição que a gente possa constrangê-lo com convites", disse. "Uma pessoa com a responsabilidade do ministro Joaquim Barbosa, não para se fazer esse tipo de convite. Ele é um homem consciente do passo que dará", complementou Marina. ()
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