(Andre Brant e Marcelo Prates)
Com quarenta e dois dias de campanha eleitoral, os dois principais candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, o atual prefeito Marcio Lacerda (PSB) e o ex-ministro Patrus Ananias (PT) têm apresentado coincidências nas agendas e pautado os compromissos conforme as críticas do adversário. Na fase inicial da corrida eleitoral Marcio rebateu comentários de Patrus em relação ao Orçamento Participativo, à nacionalização da campanha e sobre o apoio do PSD – polêmica essa que se estende até hoje. Com o avanço da campanha e especialmente com o primeiro debate televisivo do qual participaram os candidatos, ambos buscaram apoio de moradores de áreas periféricas da cidade, tentaram colar as imagens à da presidente Dilma Rousseff – como aliados do governo federal – e se encontraram com grupos sindicalistas, ambientalistas e de taxistas, por exemplo. Percurso Na última semana, programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família, pautaram declarações tanto de um quanto de outro, assim como o papel da Guarda Municipal. Para o vice-prefeito e coordenador da campanha de Patrus, Roberto Carvalho, “Marcio está procurando imitar a agenda do candidato do PT”. “Ele está sendo pautado por nós. Não tem o menor problema, porque a disputa é por conteúdo e nosso programa é diferenciado, mas ele não pode falar que vai fazer aquilo que não fez. Mostra a total falta de condições dele”, afirmou Carvalho. “Ele falou que entregou 5 mil moradias. Só que ele entregou assentamentos e nenhuma do Minha Casa, Minha Vida”, acrescentou. Semelhanças Por sua vez, o candidato do PSB rebateu que o petista está propondo o que Marcio tem de obras ou ideias em execução. “Estamos fazendo três novas unidades de pronto atendimento, reformando outras quatro. Outro dia Patrus criticou a atual gestão porque os mercados municipais estão fechados, mas ele esqueceu que o Distrital foi fechado em 2007, e o Barroca, em 2001. Esse é o problema dos petistas”, ponderou. “A mesma coisa ele fez ao propor o Centro de Referência da Juventude, que nós já implantamos”, completou. Segundo a assessoria do candidato do PSB, trata-se de uma coincidência. Para ela, não existe o fato de um candidato estar “seguindo” o outro. A assessoria de campanha de Patrus também julgou o fato como coincidente, além de ter dito que não pauta a agenda do petista pela agenda de Marcio. A equipe afirmou que não há essa intenção.