BRASÍLIA - O presidente interino da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Américo Lacombe, afirmou na tarde desta segunda-feira (12) que o processo contra o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) é "caso encerrado".
No final do mês passado, a Comissão arquivou dois processos contra o ministro. Num deles, o serviço de consultoria que rendeu R$ 2 milhões a Pimentel entre 2009 e 2010 foi considerado regular porque ele já havia terminado o mandato como prefeito de Belo Horizonte e ainda não havia assumido o comando do ministério.
O governo também não viu irregularidades em o ministro usar o avião do empresário João Dória Jr. para viajar da Bulgária para a Itália.
"É caso encerrado. Eu não tenho nada a favor dele, nem contra [o ministro]", disse o presidente interino da Comissão de Ética, depois de classificar a reunião do grupo como "sem graça" por nada ter sido decidido.
Cada um a seu modo, Lacombe e Pimentel lutaram conta o regime militar (1964-85) e foram perseguidos pela ditadura. Mas o passado comum de luta pela democracia, segundo Lacombe, não significa que ele e Pimentel militaram juntos. "Durante a ditadura não o conheci de jeito nenhum", afirmou o presidente interino.
O arquivamento das denúncias contra Pimentel foi decidido depois da oficialização da renúncia do conselheiro e ex-presidente da comissão, Sepúlveda Pertence. Ele deixou o cargo alegando insatisfação com a não recondução de outros dois conselheiros, que recentemente tomaram decisões contrárias aos interesses do Planalto.
Há duas vagas esperando indicação da presidente Dilma Rousseff na Comissão de Ética. "Não sei nada dos dois membros que estão faltando. Isso é competência da presidente da República, ela é que vai nomear. Não há nenhuma sinalização. Não indiquei ninguém, ninguém me perguntou nada, isso não é problema meu. Indicar, só se me for perguntado", concluiu Lacombe.