Ao longo de mais de duas horas de audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro Celso Amorim (Defesa) evitou comentar o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, que será entregue nessa quarta-feira (10), à presidente Dilma Rousseff. O documento apontará o nome de 300 agentes do Estado que participaram de tortura durante a Ditadura Militar (1964-1985).
Amorim participou de audiência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, onde respondeu a questionamentos dos deputados sobre a compra de 36 caças suecos por US$ 5,4 bilhões.
O deputado Izalci Ferreira (PSDB-DF) chegou a fazer uma série de perguntas ao ministro sobre como ele recebia o relatório da Comissão da Verdade, mas foi ignorado por Amorim. O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) criticou o tucano pelas perguntas, afirmando que o tema da audiência era somente os caças.
Na saída da audiência, Amorim disse que responderia "apenas a uma pergunta" sobre os caças. Logo depois, deixou a Câmara correndo quando foi questionado sobre o apontamento dos 300 torturadores que a Comissão da Verdade deve denunciar como violadores dos direitos humanos.
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