Centrais sindicais definem apoios nas eleições para o governo

Ana Luiza Faria - Hoje em Dia
28/05/2014 às 08:17.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:46
 (Hoje em Dia)

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As principais centrais sindicais de Minas já definiram suas posições na sucessão estadual. Fernando Pimentel (PT) contará com o apoio da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da União Geral dos Trabalhadores (UGT). Do outro lado, Pimenta da Veiga (PSDB) terá ao seu lado a Força Sindical.

A CUT possui 300 sindicatos associados, o que representa aproximadamente 3 milhões de trabalhadores. De acordo com a presidente da entidade, Beatriz Cerqueira, a central está alinhada com o PT. Ela lembra que o pré-candidato Fernando Pimentel já assinou a carta de compromissos da organização, com os pontos que consideram prioritários num programa de governo.

“Não é possível pensar num apoio da CUT ao governo do PSDB. Sabemos o que eles fizeram em Minas, com a criminalização dos movimentos sociais, não aprovaram o piso salarial regional, não reconhecem e não respeitam as organizações sindicais do estado, não investem o mínimo constitucional em saúde e educação. Seria uma incoerência enorme qualquer grupo social que defende os trabalhadores apoiar esse tipo de projeto”, diz Beatriz.

Representando cerca de 1 milhão de trabalhadores, por meio de 149 sindicatos, a UGT também está alinhada com o petista. Segundo o presidente da central em Minas, o deputado federal Ademir Camilo (PROS), Fernando Pimentel se comprometeu, em reunião com os dirigentes sindicais, a implantar o piso estadual diferenciado. “Ele afirmou que isso será implantado nos três primeiros meses de mandato, caso ele seja eleito”, conta Camilo.

A Força Sindical tem cerca de 3 milhões de trabalhadores, ligados a 285 sindicatos em Minas. O presidente da entidade, Luiz Carlos Miranda (PDT), confirma que conversou com Pimenta da Veiga e está muito próximo de definir um acordo com o tucano. “Estamos apresentando uma proposta que inclui salário mínimo regional, valorização dos profissionais da área da saúde e da educação e a implantação de programas de agricultura familiar”, conta. “Queremos continuidade do governo Anastasia”.

Na última eleição presidencial, a Força Sindical apoiou a presidente Dilma Rousseff (PT), mas ela não teria atendido as reivindicações acertadas com a entidade. “Não existe a possibilidade de apoiar o PT novamente. É impossível apoiar um governo com tanta corrupção”, diz Miranda.

Alinhamento

Na opinião do cientista político Rômulo Sávio (UFMG), a única central sindical que possui um alinhamento claro com algum partido é a CUT, com o PT. “A CUT é uma central que saiu de dentro do partido e por isso existe uma ligação programática, além da pragmática, entre eles”.

Sobre as outras centrais, o cientista político acredita que não exista uma relação tão próxima com os partidos. “Eles apoiam aqueles candidatos dispostos a fazer negociações, legítimas, com os sindicatos. Quanto mais acordos forem definidos entre as cúpulas dos partidos e das centrais sindicais, mais favorável o apoio. As relações são muito pragmáticas”, afirma.

Rômulo Sávio também avaliou a relação entre apoio e número de votos. Para ele, de maneira geral, não existe uma relação direta, com exceção da CUT e do PT. “A maioria dos trabalhadores ligados à central é petista militante e caso a CUT deixasse de apoiar o partido, poderia diminuir o número de votos. A adesão política é muito intensa”.

O voto nessas bases sindicais, como por exemplo a Força e a UGT, é mais difuso. “Não existe uma militância forte nessas centrais, por isso creio que o aumento de votos vindo desse tipo de aliança não é relevante”.

Indefinição na sucessão nacional

No cenário nacional, a maioria das centrais ainda não definiu apoio. Só a Força afirmou estar ao lado de Aécio Neves. “Já estamos negociando uma proposta com ele”. Segundo Ademir Camilo, essa pauta ainda não foi discutida na UGT e de acordo com a presidente da CUT em Minas, “a nacional vai fazer uma plenária para definir as estratégias entre os dias 28 de julho e 1º de agosto”.
 

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