Com desafios a enfrentar, Figueiredo toma posse amanhã

Lisandra Paraguassu e Lu Aiko Otta
27/08/2013 às 21:18.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:23

O novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, toma posse nesta quarta-feira, 28, no final da manhã, já com uma agenda cheia. Na sexta-feira, 30, acompanha a presidente Dilma Rousseff para a reunião da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), onde terá que enfrentar os presidentes boliviano, Evo Morales, e paraguaio, Horacio Cartes, em crises ainda mal resolvidas com o Brasil.

Figueiredo chegou nesta terça-feira, 27, no início da tarde em Brasília, em uma operação que o Itamaraty cobriu de mistérios. O embaixador veio de Nova York em um voo comercial, mas foi retirado do aeroporto por uma saída alternativa, para que os jornalistas que os esperavam do lado de fora não o vissem passar. Mandou avisar que, sem antes falar com a presidente Dilma, não daria declarações. Figueiredo, que sempre tocou negociações duras, mas todas na área de meio ambiente, encontrará um ministério cheio de problemas para resolver. O primeiro deles, o caso dos diplomatas Eduardo Saboia e Marcel Biato, envolvidos na fuga para o Brasil do senador boliviano Roger Pinto Molina.

Terá ainda que entrar diretamente em uma negociação difícil para o retorno do Paraguai ao Mercosul. O país se recusa a aceitar a integração da Venezuela no bloco, feita quando estava suspenso. Cartes deverá vir ao Brasil em setembro - e Dilma gostaria de ver avanços na conversa. O novo ministro terá, ainda, que preparar a visita da presidente aos Estados Unidos, em outubro, e sua participação na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. Seus maiores desafios, no entanto, são aqueles que passem de geração para geração de chanceleres: as complicadas relações com os vizinhos sul-americanos, especialmente a Argentina.

O embaixador Botafogo Gonçalves, vice-presidente emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, avalia que o novo chanceler é "um homem muito respeitável". Mas, ressalta, tem uma carreira que se desenvolveu "longe de conturbações políticas". O novo chanceler estava apenas começando sua experiência no cenário mais pesado das Nações Unidas quando foi chamado de volta para assumir o posto.
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