O jantar marcado para esta terça-feira (6) à noite pela presidente Dilma Rousseff com a cúpula do PMDB e do PT transmite o recado para o mundo político do fortalecimento da aliança entre os dois partidos, no momento em que a legendas fazem os seus balanços do resultado das eleições municipais. O encontro com os presidentes e líderes partidários, além dos ministros das duas legendas, servirá mais pelo aspecto simbólico em torno da coalizão do que a discussão de questões práticas, inviável com o abrangente público convidado para o jantar no Palácio da Alvorada.
Um integrante da cúpula do PMDB lembra que, em 2008, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o mesmo. Reuniu a cúpula dos dois partidos após as eleições municipais para reforçar a aliança. Dessa vez, a ideia da reunião teria partido do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB, segundo informou uma pessoa próxima a Temer.
Para o PMDB, o encontro tem ainda como pano de fundo a sucessão nas Mesas da Câmara e do Senado em fevereiro no próximo ano. A cúpula peemedebista quer o líder do partido, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), no lugar do petista Marco Maia (RS), mas enfrenta resistências de setores da bancada do PT e assiste ao crescimento da candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
No Senado, o PT não faz oposição ao nome que o PMDB escolher, até agora o do líder Renan Calheiros (PMDB-AL), seguindo a regra de que a maior bancada tem o direito de indicar o presidente da Casa. Na Câmara, embora o PT forme a maior bancada, um acordo com o PMDB garante o rodízio do cargo entre os dois partidos. Há permissão, no entanto, para o lançamento de candidaturas avulsas para a presidência, o que poderia atrapalhar as pretensões de Henrique Alves.
Setores do PT esperavam um encontro com a presidente para resolver problemas com a pauta prioritária do Congresso: o projeto de distribuição dos royalties, a medida provisória com mudança no setor elétrico, por exemplo. No entanto, com tantos participantes, um petista já baixou as expectativas e se conformou de que o encontro com a presidente terá um contorno político genérico, com discursos de fortalecimento da aliança e citação de projetos importantes a serem votados no Legislativo.
http://www.estadao.com.br