Comissão de Ética diz que investigados pela PF fogem de intimação

Fernanda Odilla - Folhapress
15/04/2013 às 21:35.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:51

BRASÍLIA - A Comissão de Ética da Presidência enfrenta dificuldade para intimar alvos da Operação Porto Seguro, deflagrada pela Polícia Federal em novembro do ano passado para apurar esquema de corrupção e tráfico de influência no governo federal. O presidente da Comissão, Américo Lacombe, disse que o caso não será julgado na próxima reunião porque nem todos os investigados foram localizados. "Tem gente que não foi intimada ainda porque está fugindo da intimação", afirmou Lacombe na noite desta segunda-feira (15).

Lacombe, contudo, não revela quem foge da Comissão de Ética. Limitou-se a dizer que apenas um dos quatro investigados entregou explicações. Em março passado, foram enviados ofícios com novos pedidos de esclarecimentos à ex-chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha, ao ex-advogado-adjunto da União José Weber Holanda, e aos irmãos Rubens e Paulo Vieira, ex-diretores da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Agência Nacional de Águas (ANA), respectivamente.

Apesar de serem processos distintos, a Comissão de Ética decidiu ainda julgar o caso do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, junto com o dos outros quatro. "Pode haver conexão no que se refere às provas", justificou Lacombe.

Academia

A Comissão também vai analisar o caso de Alessandro Teixeira, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, filmado usando carro oficial para ir à academia. Segundo Lacombe, Teixeira se antecipou e, antes mesmo de ser questionado formalmente, encaminhou explicações à Comissão. "É muito grosso, ele juntou até mapa, essa coisa toda", disse o presidente da Comissão de Ética, afirmando que o caso será analisado na próxima reunião, marcada para o dia 20 de maio.

Questionado sobre as regras de uso de carro oficial, Lacombe disse que o tema de ser "estudado com muito carinho e bom senso".

Supremo

Lacombe voltou a dizer que a Comissão está sobrecarregada porque duas das sete vagas permanecem sem ocupantes. Ele disse que deixou um currículo na Presidência mas que ainda não há previsão de quem vai assumir os cargos. Questionado sobre a disputa no Supremo Tribunal Federal, que tem uma vaga de ministro, Lacombe disse que torce para o advogado tributarista Humberto Ávila.
 
Apesar de se definir como um "torcedor" de Ávila, disse nunca ter levado o nome do advogado para a presidente Dilma Rousseff. Nunca me perguntou e eu não vou responder se ela não me perguntar", disse. Na avaliação de Lacombe, o STF precisa de um tributarista porque "40% lá são processos tributários."

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