Comissão ouve relatos sobre desaparecimento de Honestino Guimarães

Folhapress
10/10/2013 às 21:05.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:14

RIO DE JANEIRO - Desaparecido há 40 anos, o líder estudantil Honestino Guimarães foi lembrado nesta quinta-feira (11) pela Comissão Nacional da Verdade, no Rio. Sua filha Juliana Guimarães prestou depoimento na audiência que ocorreu no Centro do Rio.    Ela tinha apenas três anos de idade quando o pai desapareceu. "Eu cresci ouvindo histórias. Tenho poucas fotos e todas as dúvidas. Ele era um sonhador e me contaram que era um ser humano generoso e lutava por aquilo que acreditava. Hoje, se completam 40 anos do desaparecimento do meu pai e não sabemos de nada. Mas, com a anistia, conseguimos duas importantes mudanças na certidão de óbito: de falecido para desaparecido em 10 de outubro de 1973 e a causa da morte passou a ser crime cometido pelo Estado", contou Juliana.    Juliana Guimarães lançou a campanha "Trilhas do Honestino" para recolher informações que possam auxiliar na busca por seu pai.    Honestino Guimarães foi presidente da União Nacional de Estudantes (UNE) e, devido a sua militância política, era perseguido por diversos órgãos da repressão, como o Centro de Informações da Marinha (Cenimar), que teria sido o órgão responsável pela sua prisão.    "O desaparecimento de Honestino não deixou rastros e isso quebra o padrão em relação a outros desaparecidos políticos. Há especulações de que ele teria sido preso pela Marinha ou sido levado para a Casa da Morte, em Petrópolis. Seu caso talvez seja o mais nebuloso dos desaparecimentos forçados da ditadura. O que sabemos é que ele era procurado por diversos órgãos da repressão e o nosso trabalho é tentar montar esse mosaico", afirmou Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade do Rio. 

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