Comoção teria gerado ascensão de Marina Silva na pesquisa Datafolha

Aline Louise - Hoje em Dia
19/08/2014 às 07:26.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:51
 (Editoria de Artes)

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A pesquisa Datafolha divulgada nessa segunda-feira (18), que avalia as intenções de voto com Marina Silva (PSB) como candidata à Presidência da República, reflete a comoção nacional com a morte de Eduardo Campos, na avaliação de especialistas. O levantamento aponta Dilma Rousseff (PT) com 36% das intenções de voto, Marina com 21% e Aécio (PSDB) com 20%.

“Nestes últimos dias, o tempo que a mídia dedicou à morte de Eduardo Campos, e consequentemente a Marina, sobretudo um noticiário positivo, influenciou nesta pesquisa de agora. Mas é preciso ponderar como ela vai se manter quando entrar em ritmo de normalidade”, diz o doutor em ciência política pela Iuperj, Paulo Roberto Figueira Leal. Ele ainda destaca que Marina cresceu principalmente entre as pessoas que pretendiam votar branco ou nulo, e aquelas que ainda não haviam se decidido. Nem Dilma nem Aécio perderam pontos significativamente, em relação à última pesquisa.

“Ela tem penetração nesse segmento do eleitorado desencantado com a eleição”, avalia

Com a participação de Marina, os números de voto nulo ou em branco caíram 5%. Na última pesquisa, ainda com Campos, esse grupo somava 13% e, agora, recuou para 8%. Indecisos eram 14%, caindo para 9%.

Já o cientista político Gilberto José Barros Damasceno, professor da PUC, acredita que o resultado da pesquisa não capta apenas esse momento de comoção nacional, mas a insatisfação do eleitor com o atual governo, que vislumbra em Marina uma opção, mais que em Aécio Neves. “Quem não vota nos dois partidos (PT e PSDB), vota nela. Esse quadro deve se manter, porque os dados da economia brasileira vão mal e isso vai ser explorado durante a campanha, o que pode enfraquecer a trajetória de Dilma”.

Paulo Roberto diz que Marina “atrapalha” a vida de Aécio, à medida que ameaça a ida do tucano para o segundo turno. “Se as curvas se mantiverem, haverá uma luta muito significativa entre ele e Marina para ir com Dilma para o segundo turno, já que é muito improvável que a petista não esteja numa eventual segunda etapa do pleito”.

Já para Dilma, a ex-senadora representaria uma ameaça maior no segundo turno. “Marina altera o script que o PT já está acostumado e tem dado certo que é o discurso de nós contra eles, o governo do PT contra o governo do PSDB. É mais risco para Dilma ir para um segundo turno com Marina do que com Aécio. Ele é mais previsível”, avalia Paulo. 

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