Complexo em Montes Claros poderá produzir 1 bilhão de litros de combustíveis renováveis por ano
Presidente Lula participou da inauguração do centro, que aposta na macaúba
Presidente Lula durante a inauguração do Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial da Acelen Renováveis, em Montes Claros, que terá a macaúba como base para combustíveis sustentáveis (Reprodução/GovBr)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (29), em Montes Claros, no Norte de Minas, da inauguração do Centro de Tecnologia e Inovação Agroindustrial da Acelen Agripark. Segundo o Governo, o espaço é o maior do mundo dedicado ao desenvolvimento da macaúba, palmeira nativa brasileira que se torna matéria-prima estratégica para produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e do Diesel Verde (HVO).
Conforme o presidente, o projeto prevê US$ 3 bilhões em investimentos e a produção de 1 bilhão de litros de combustíveis renováveis por ano a partir de 2028. Esses biocombustíveis têm potencial para reduzir em até 80% as emissões de gases de efeito estufa em comparação com os fósseis e podem substituir diretamente querosene de aviação e óleo diesel sem necessidade de adaptações em motores ou turbinas.
A estimativa é de geração de até 85 mil empregos diretos e indiretos ao longo da próxima década, em toda a cadeia produtiva. “É um projeto que vai mudar a vida de muita gente”, afirmou Luiz de Mendonça, CEO da Acelen Renováveis. O centro terá capacidade para produzir mais de 10 milhões de mudas de macaúba por ano, destinadas a fazendas próprias e de parceiros.
A estrutura inaugurada em Montes Claros teve investimento de R$ 314 milhões, sendo R$ 258 milhões financiados pelo BNDES. O complexo faz parte de um projeto maior, que inclui a construção de uma biorrefinaria na Bahia, com previsão de integrar a produção e atender tanto o mercado interno quanto o externo.
Durante a inauguração, foi lançado o programa Acelen Valoriza, iniciativa que pretende integrar pequenos e médios produtores, além da agricultura familiar, na cadeia produtiva. A proposta é cultivar a macaúba em 20% da área total do projeto - 180 mil hectares - com suporte técnico e financeiro e a garantia de compra da produção, o que também fomenta a recuperação de áreas degradadas.
Combustível do Futuro
O Acelen Agripark integra o Novo PAC e alinha-se à Lei do Combustível do Futuro (14.993/24), que prevê metas obrigatórias de redução das emissões do setor aéreo a partir de 2027. Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a iniciativa “simboliza a união entre a tradição do cultivo de macaúba e o que há de mais avançado na tecnologia mundial em biocombustíveis”.
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