A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou nesta terça-feira (15), em audiência pública no Senado, que a aprovação da compra de 50% da refinaria de Pasadena, com a omissão de cláusulas não comunicadas em resumo executivo apresentado ao conselho de administração da estatal, em 2006, não é responsabilidade da presidente Dilma Rousseff. A presidente era, na ocasião, chefe da Casa Civil e líder do conselho da estatal. "A aprovação da compra de Pasadena não foi mérito da presidente Dilma. Naquele momento, foi uma decisão acertada de todo o conselho", afirmou.
A executiva afirmou ainda que "tanto a presidente quanto os demais membros do conselho aprovaram a compra". Em 3 de fevereiro de 2006, o Conselho Administrativo da Petrobras, à época presidido por Dilma, autorizou a compra de 50% de Pasadena. Em 2012, a estatal concluiu a compra da refinaria, pela qual pagou US$ 1,25 bilhão, segundo Graça. Naquele ano, começavam a vir à tona as dúvidas sobre o negócio, agora alvo de investigações da Polícia Federal, do Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU).
Em março deste ano, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que Dilma deu aval à compra de parte da refinaria. Em nota, a presidente justificou que sua decisão foi tomada com base em um resumo técnico, nas suas palavras, "falho" e "incompleto".
Área
Apesar da tensão envolvendo a compra da refinaria de Pasadena, a Petrobras não deve recuar do plano de avançar no mercado internacional com a aquisição de unidades de produção e refino em outros países, segundo a presidente da estatal. "A área internacional é importante para uma companhia do porte da Petrobras", afirmou.
Graça Foster citou Argentina, Peru e Venezuela na sequência, indicando que esses países seguem como potenciais para a área internacional da estatal. A executiva ponderou, contudo, que a empresa segue as "devidas análises de risco" desses mercados.
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