Costa diz que ajudou a criar caixa 2 na campanha de Cabral e Pezão em 2010

Folha Press
09/03/2015 às 20:36.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:17

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que trabalhou para formar "caixa dois" para a campanha do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) em 2010, segundo documentos em poder do STF (Supremo Tribunal Federal) nos autos da operação "Lava Jato".   A PGR (Procuradoria Geral da República) entregou ao ministro Teori Zavascki um resumo das declarações prestadas dentro do acordo de delação premiada por Costa e por outro delator da "Lava Jato", o doleiro Alberto Youssef. No documento, a PGR informa que Costa descreveu todo o processo de arrecadação para um "caixa dois" de Cabral, que governou o Estado do Rio de 2007 a 2014.   Costa contou aos investigadores que reuniu-se com Cabral, a quem conhecia desde 2007, no primeiro semestre de 2010 "para tratar de contribuições [ajuda] para a campanha" de reeleição de Cabral. Na mesma reunião, segundo Costa, estavam o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) -que então era candidato a vice na mesma chapa de Cabral- e o secretário de Estado da Casa Civil, Regis Fichtner.    Depois, Costa fez outra reunião, desta vez com empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras.    "Paulo Roberto Costa fez contatos com empresas que atuavam na obra do Comperj e solicitou que elas fizessem doações para o 'caixa dois' da campanha de Sergio Cabral. Participaram da reunião representantes das empresas Skanska, Alusa e Techint. Do consórcio Compar (OAS, Odebrecht e UTC), ninguém participou da reunião, mas o consórcio foi o principal 'pagador'", afirmou o ex-diretor.   Cada empresa, segundo Costa, deu "contribuição" no total de R$ 30 milhões. O Consórcio Compar pagou R$ 15 milhões, de acordo com o delator, e "o restante foi dividido entre as outras empresas, entre elas, Skanska, Alusa e UTC".   Segundo o delator, "o dinheiro saiu do caixa das empresas e a operacionalização ocorreu entre Regis e as empresas, mas não sabe precisar detalhes de como isso ocorreu".    Pezão, como ocupa o cargo de governador do Rio, deverá ser alvo de um inquérito específico no STJ (Superior Tribunal de Justiça), onde ele detém foro privilegiado. Ele tem negado irregularidades.    Em dezembro, quando o nome de Sergio Cabral foi citado na imprensa como relacionado ao caso "Lava Jato", o ex-governador informou por meio de sua assessoria que "repudia qualquer menção a seu nome em suposta lista ou fato relatado por Paulo Roberto Costa".

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