Sob protestos da oposição, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras encerrou a sessão deliberativa sem votar na tarde desta terça-feira (24) a convocação da mulher do ex-diretor da área de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato Duque. A oposição queria ouvir Maria Auxiliadora Tibúrcio Duque para que ela esclarecesse suposta ida ao Instituto Lula, em São Paulo, e o pedido de intervenção a favor de seu marido, preso na ocasião pela primeira vez na Operação "Lava Jato". "O que essa senhora sabe que libertou Renato Duque?", protestou Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Em razão do início das votações no plenário da Casa, o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB), não prosseguiu com a sequência de votação de requerimentos. Também havia pedidos de acareação entre Duque e seu ex-gerente da Diretoria de Serviços Pedro Barusco, e de Barusco e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
Em um momento da sessão, que começou às 14h30, o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) leu cada um dos 96 requerimentos aprovados. A extensão da reunião irritou a oposição, que viu na ação do PT uma "manobra" para evitar a convocação da mulher de Duque. "Essa postura adotada aqui pelo Partido dos Trabalhadores e por alguns partidos da base vai complicar a construção de acordos daqui pra frente", afirmou Onyx.
O ex-diretor Renato Duque depôs na semana passada, mas se manteve calado durante boa parte da oitiva. Só se manifestou na sessão quando as perguntas se referiam à sua família e à ameaça de convocação de sua mulher.
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