(Site oficial/Reprodução)
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira marcou para a próxima terça-feira (9) o depoimento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), que falará sobre denúncias de suposto envolvimento com o esquema de Carlinhos Cachoeira. Será a segunda vez que a CPMI tenta ouvir as explicações do parlamentar, que admite ser amigo de Cachoeira, mas nega envolvimento com atividades ilegais.
De acordo com investigações da Polícia Federal, o parlamentar teria recebido dinheiro da organização de Cachoeira. Além disso, teria alertado o contraventor sobre uma operação policial e usado o cartão dele para fazer compras.
Segundo a PF, Leréia e Cachoeira conversaram por telefone pelo menos 72 vezes entre março e juho do ano passado. O nome do deputado é citado em outros 26 telefonemas entre o contraventor e supostos membros da organização criminosa.
Prorrogação da CPMI
Para a quarta-feira (10), está prevista uma reunião administrativa para decidir os próximos passos da CPMI. A principal decisão a ser tomada é sobre o fim ou não da comissão. O prazo para a conclusão dos trabalhos termina em 4 de novembro.
Mais de 500 requerimentos ainda aguardam votação na CPMI. Entre eles, estão os de convocação de novos depoentes e os de quebra de sigilo de empresas laranjas.
O líder do PPS, deputado Rubens Bueno (PR), defendeu a prorrogação da CPMI. Ele lembrou que algumas investigações ainda não foram feitas, como as relacionadas às empresas fantasmas que receberam mais de R$ 240 milhões da construtora Delta.
“Prorrogando, nós vamos dar uma satisfação à sociedade brasileira. A CPMI envolve bilhões de reais da construtora Delta, dos negócios do senhor Carlinhos Cachoeira, que, segundo a Polícia Federal, é sócio oculto da Delta. Nós temos de investigar e mostrar para o Brasil que esse tipo de coisa tem de ser punido exemplarmente”, disse Bueno.
O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), ainda não se pronunciou sobre a possibilidade de prorrogação dos trabalhos.
Alguns parlamentares da base governista, no entanto, consideram que a investigação já cumpriu o seu papel, que é desvendar as relações de Cachoeira com agentes públicos e privados.
O vice-presidente da comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), defendeu o fim da CPMI no prazo original. “Se o relator conseguir entregar o relatório em tempo, não vejo razões para haver a prorrogação”, disse Teixeira.
O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), quer discutir a prorrogação com os líderes partidários. Para a comissão ter mais tempo para investigar, é preciso o apoio de um em cada três parlamentares do Congresso Nacional. São necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 81 senadores, assim como foi feito para criar a CPMI.