(Marcos Oliveira/Agência Senado)
Em manifestação de 7 páginas à Justiça Federal, na Operação Métis, a Procuradoria da República, no Distrito Federal, classificou como "criminalidade sofisticada, técnica, poderosa" a estratégia de contrainteligência dos policiais do Senado que atuaram para barrar a Operação "Lava Jato" em benefício dos senadores Fernando Collor (PTC-AL) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) e dos ex-senadores José Sarney (PMDB-AP) e Edison Lobão Filho (PMDB-MA).
"O caso dos autos não é o de uma criminalidade comum. Pelo contrário. É de criminalidade sofisticada, técnica, poderosa. Combatê-la é missão tão difícil quanto imprescindível e sua materialização se dará pela busca e análise de detalhes, de pequenas informações que, contextualizadas, embasarão uma eventual pretensão acusatória em juízo", aponta a manifestação da Procuradoria da República.
Quatro policiais legislativos foram presos pela Polícia Federal - Pedro Ricardo Araújo Carvalho, diretor da Polícia do Senado, Antônio Tavares dos Santos Neto, Everton Elias Ferreira Taborda e Geraldo César de Deus Oliveira. Segundo a Federal, eles efetuaram varreduras nos endereços residenciais dos políticos e também em seus gabinetes particulares, em São Luís e em Curitiba, e no Senado. A missão do grupo era encontrar e destruir grampos telefônicos e ambientais.
O parecer que levou à Justiça a autorizar a Operação Métis é subscrito pelo procurador da República Frederico Paiva. "Os servidores alvo das medidas constritivas requeridas pela Polícia Federal, além de terem plena consciência da ilicitude de seus atos, ainda foram devidamente avisados pelo Setor Jurídico do Senado Federal, o que reforça a gravidade de suas condutas", acusa o procurador.
Leia mais:
PF e Receita descobrem sonegação de R$ 2,3 bilhões no mercado de cigarrosSenador tucano entra com representação criminal contra Dilma na PGR
'Foro privilegiado transformou Supremo em corte criminal', afirma juiz