Cristovam: índios Guarani-Kaiowá sofrem "massacre silencioso"

Agência Senado
02/11/2012 às 11:09.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:48
 (Pedro frança/Agência Senado)

(Pedro frança/Agência Senado)

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) manifestou em Plenário no Senado, na quinta-feira (1º), sua preocupação com a situação dos índios Guarani-Kaiowá, que lutam pela posse da terra na região de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Cristovam afirmou que os indígenas estão sendo submetidos a uma condição degradante ao serem impedidos de utilizarem suas terras, o que tem implicado na dizimação lenta de sua etnia.

"Está havendo um massacre. Não estou dizendo que fulano, sicrano ou beltrano é responsável diretamente por isso. Não, todos nós somos responsáveis. Deixar que um grupo social morra por falta de recursos  para eles, por falta de condições de trabalho é uma forma de massacre silencioso, que não tem um ou dois ou três responsáveis", disse.

Cristovam criticou o governo federal por não implementar de maneira eficaz um programa de distribuição de terras para populações indígenas no Brasil.

Para ele, diante da situação enfrentada pelos Guarani-Kaiowá, a lei das cotas, que prevê a reserva de vagas para índios em universidades públicas, se torna claramente uma hipocrisia pelo fato de grande números de indígenas no país não terem acesso a um direito muito mais fundamental do que a educação superior, que é a terra.

Respondendo a aparte da senadora Ana Amélia (PP-RS), Cristovam reconheceu o direito dos fazendeiros, que foram incentivados no passado pelo governo federal a colonizarem a região, a serem devidamente indenizados no caso de uma decisão judicial conceder a posse da terra aos indígenas.

Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) se disse impressionado com a situação dos Guarani-Kaiowá descrita pelo antropólogo Tonico Benides em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Para Suplicy, não está descartada mesmo a possibilidade de ocorrer um suicídio coletivo entre os indígenas, caso sejam obrigados a abandonar suas terras.

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