Cunha diz que é preciso investigar tumulto e que não admitirá falta de ordem

Estadão Conteúdo
18/11/2015 às 18:09.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:32

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que ainda é preciso investigar o tumulto da tarde desta quarta-feira (18) no gramado do Congresso Nacional antes de decidir sobre a retirada do acampamento instalado no local por defensores do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Hoje, o gramado foi palco de manifestações que terminaram em tiros, duas pessoas presas e parlamentares atingidos por spray de pimenta durante a votação dos vetos presidenciais.

Cunha declarou que ainda não tem elementos para comentar sobre o episódio - que chamou de "estranho" -, mas disse que não admitirá "falta de ordem". Ele disse "que alguma coisa tem de ser feita". "Sempre que a ordem estiver em perigo, vou intervir", enfatizou.

O peemedebista afirmou que autorizou a permanência do acampamento desde que a segurança fosse preservada. "Claro que isso também depende do Renan (Calheiros, presidente do Senado)", emendou. O presidente da Câmara acredita que o episódio desta tarde pode ser fruto de provocações mútuas e "gente infiltrada".

Críticas

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que, apesar da Câmara ser uma Casa aberta ao povo, é preciso melhorar a segurança dos parlamentares. "Nós deputados estamos aqui muito vulneráveis". O petista destacou que a manifestação das mulheres negras era em comemoração da semana da Consciência Negra e que não havia intenção de montar acampamento.

Para o petista, a "falta de respeito" no plenário incentiva a ambiente negativo fora do Congresso e criticou o clima desrespeitoso na Casa. O deputado disse que "não há democracia" sem ordem e lembrou que o presidente do Congresso, Renan Calheiros, era contrário ao acampamento. "Há que se tomar providências. Acho que tem que fazer uma limpeza geral aqui. Do jeito que está não dá", pregou.

O líder do governo disse sentir saudades dos tempos dos deputados Ulysses Guimarães, de Mário Covas, de José Genoino e Fernando Henrique Cardoso. "Era outro plenário. Esse plenário brilhava. Não tem mais nada disso, virou um vale-tudo. Até os discursos estão pouco qualificados", criticou.

Guimarães fez uma analogia aos atentados que vitimaram os franceses nos últimos dias e disse que o terrorismo tem de ser condenado, seja da esquerda ou da direita. "A ordem democrática não pode permitir esse tipo de coisa. Isso não pode continuar desse jeito".
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