(Valter Campanato/Agência Brasil)
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), foi um dos 35 parlamentares do PMDB que assinaram o pedido de destituição do líder do partido na Casa, Leonardo Picciani (RJ), e de indicação de Leonardo Quintão (MG) para o cargo.
Nesta terça-feira (8), Cunha evitou comentar o movimento pela derrubada de Picciani. Em coletiva de imprensa, o peemedebista afirmou que não estava emitindo opinião sobre o assunto nem interferindo no trabalho da liderança desde que deixou o cargo de líder para assumir a Presidência da Câmara.
Aliados de Temer
Na lista de apoio a Quintão, há ainda deputados próximos do vice-presidente Michel Temer, como Edinho Araújo (SP). O parlamentar foi ex-ministro dos Portos e deixou o cargo na última reforma ministerial, após ser substituído por Helder Barbalho (PMDB-PA), filho do senador Jader Barbalho (PMDB-PA).
Edinho foi citado na carta enviada por Temer à presidente Dilma Rousseff na terça-feira. No texto, o vice-presidente da República reclama que Dilma o ignorou na reforma ministerial, chamando Picciani para fazer acordo por indicações em troca de apoio político na Câmara.
"Sou Presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido. (...) E a senhora não teve a menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, deputado de São Paulo e a mim ligado", escreveu Temer
Destituição
Picciani foi deposto do cargo hoje após articulação de deputados da ala pró-impeachment do PMDB. Eles começaram a colher assinaturas para indicar Quintão ao cargo desde a última segunda-feira, após o então líder se negar a indicar peemedebistas anti-governo para a comissão especial do impeachment da presidente Dilma na Câmara.
O movimento foi articulado pelos deputados Osmar Terra (PMDB-RS), Darcísio Perondi (PMDB-RS), Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Lelo Coimbra (PMDB-ES). A mobilização chegou a ser articulada com caciques do PMDB, como o vice-presidente Michel Temer.
A indicação de Quintão pode representar uma ameaça ao governo. Com a substituição de Picciani, que se aproximou do Planalto após a reforma ministerial de outubro, o governo perderá o controle sobre a maioria da bancada do PMDB.
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