Decisão do CNJ acirra a disputa interna no Judiciário baiano

Folhapress
09/11/2013 às 12:38.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:02
 (Antonio Cruz/ABr)

(Antonio Cruz/ABr)

SALVADOR - A decisão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de afastar o atual e a ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia deve acirrar a disputa interna no Judiciário baiano.

De um lado, o setor ligado à ministra Eliana Calmon, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ex-corregedora nacional de Justiça. De outro, a cúpula do TJ-BA, de relação estreita com o governador Jaques Wagner (PT).

Aliados de Mário Alberto Hirs, o atual presidente do TJ-BA, afastado pelo CNJ durante a semana, apontam Calmon como a principal interessada na punição. O objetivo seria enfraquecer o atual comando da Justiça baiana e reforçar o discurso da moralidade.

Famosa por criticar os "bandidos de toga" do país, Calmon vem sendo sondada por DEM e PSB para disputar o Senado em 2014. A magistrada já afirmou que cogita ingressar na vida política.

A ministra do STJ costuma mencionar a Justiça baiana como a pior do país, citando inspeções do CNJ. Também já associou os supostos problemas nos cálculos de precatórios a descaso do TJ-BA, ressaltando que a "inação é uma forma de corrupção".

Hirs, que não se manifestou, afirmou ser alvo de perseguição do CNJ. Citou Calmon ao afirmar que a ministra, em julgamento no STJ em 2012, preservou o critério de cálculo de precatórios usado no TJ-BA.

O embate ocorre em meio aos preparativos para a eleição da nova Mesa Diretora do TJ-BA, no próximo dia 20. A desembargadora Lícia Laranjeira, próxima a Calmon, é apontada como favorita para a presidência.

Caso emplaque sua candidata, será a segunda vitória recente da ministra no TJ baiano. Em 2012, a desembargadora Sara Brito, de quem é aliada, foi eleita para presidir o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado.


 

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