Defesa de Jacinto Lamas questiona porque o MPF não denunciou Lula

Do Portal HD*
10/08/2012 às 19:24.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:22
 (Valter Campanato/ABr)

(Valter Campanato/ABr)

Durante o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado Délio Fortes Lima Filho, que está na defesa do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL), Jacinto Lamas, questionou os porque o Ministério Público Federal não denunciou o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o defensor, os mesmos critérios usados pelo MPF para denunciar os citados no processo deveriam ser aplicados contra Lula. “Não vou dizer que ele deveria estar na denúncia, mas questiono a ausência de critério do MP", disse, completando que o maior beneficiado com o esquema seria o próprio presidente.

Ao longo da sustentação oral, Délio Fortes disse que seu cliente era apenas um mensageiro e não um mensaleiro. "É preciso separar o joio do trigo", argumentou o advogado, ao colocar a culpa em Valdemar Costa Neto.

“Vocês viram a maioria dos advogados dizer que não existiu [o mensalão]. Se existiu ou não, Vossas Excelências decidam. Vocês que têm essa responsabilidade. O que me cabe é mostrar aqui que, se existiu, Lamas não participou”, disse o advogado. O ex-tesoureiro responde pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, e 40 vezes pelo crime de lavagem de dinheiro.

Lamas é acusado de receber R$ 1 milhão do mensalão em nome do então presidente do PL (atual PR), Valdemar Costa Neto. A defesa admite que o ex-tesoureiro fez sete saques em nome do presidente do partido, mas que ele desconhecia a origem ilegal do dinheiro. “Ele achava que era para Valdemar Costa Neto pessoa física e, não, do partido. Razão pela qual, inclusive, o dinheiro não precisava ser contabilizado no partido”.

Outro político, Fernando Collor de Mello, também foi citado durante o julgamento desta sexta. Ele foi usado como exemplo pela defesa de Valdemar Costa Neto, Marcelo Luiz Ávila, citando o processo de corrupção passiva, do qual Collor foi inocentado.

*Com Agência Brasil

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