Defesa nega governo Temer na UTI: 'está na lanchonete do hospital'

Estadão Conteúdo
05/07/2017 às 18:03.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:24
 (Wilson Dias/Agência Brasil)

(Wilson Dias/Agência Brasil)

O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que representa o presidente Michel Temer (PMDB), negou nesta quarta-feira, 5, que o governo esteja na UTI. "Está na lanchonete do hospital."

O criminalista entregou por volta das 16h o documento de defesa do peemedebista à Câmara. A Casa vai decidir se aceita a denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer e seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) por corrupção passiva.

"Eu não sou médico, não conheço bem a divisão do hospital, mas eu diria que está na lanchonete do hospital. Está comemorando, está pensando, está trabalhando pelo País", afirmou.

Mariz declarou que "o presidente quer trabalhar pelo País".

"É preciso que se tenha presente que essa acusação não é contra um cidadão comum, esta acusação é contra o presidente da República, é contra o Brasil. Na medida em que se dedicando como está emocionalmente, materialmente, perde tempo para se defender, ele está deixando, embora faça esforços tremendos, desumano até para governar o País", destacou.

Defesa

O documento foi preparado pelo criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado e amigo de Temer. Mariz e o advogado do presidente em Brasília, Gustavo Guedes, levaram o documento à CCJ da Câmara, que examina a denúncia de Janot.

Segundo o procurador-geral da República, Temer era o destinatário real da mala de propinas - R$ 500 mil em notas de R$ 50 - da JBS. A mala foi entregue a um ex-assessor especial do presidente, Rodrigo Rocha Loures, na noite de 28 de abril, em São Paulo.

No documento de defesa, Mariz ataca inicialmente o "açodamento" dos investigadores. "Foi aberto um inquérito sem sequer haver verificação da gravação (da conversa de Joesley com o presidente). Pediram inquérito e o ministro (Edson Fachin, relator do caso no STF) foi logo deferindo. Houve açodamento tanto do Ministério Público como do ministro que, sem maiores verificações, e monocraticamente, autorizou a investigação", questiona o advogado.

"Mostramos a inexistência de provas de corrupção passiva. A prova toda é baseada em gravação ilícita e contaminou todos os demais elementos. Mesmo que assim não fosse, considerando-se como correta, como em ordem a gravação, mesmo assim, não encontra nenhum elemento que comprometa o presidente da República", sustenta Mariz.

"Não há nenhum indício na gravação da conversa do presidente (com Joesley Batista, da JBS) que mostra que o presidente cometeu o crime de corrupção passiva", crava o advogado.

Leia mais:
Em meio à crise, Temer libera R$ 1,8 bilhão em emendas em junho
Durante entrega da defesa, advogado diz que Temer está tranquilo
Tasso: posicionamento (do PSDB) é por desembarque, não de oposição ao governo

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por