O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, destacou na sua exposição sobre a atuação de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, no caso do mensalão, que, além de participar da distribuição de recursos, ele também se beneficiou do esquema. Segundo Gurgel, Delúbio teria recebido R$ 500 mil.
"A ação de Delúbio Soares como integrante do grupo criminoso não se limitou a indicar o destinatário final das propinas, mas se beneficiou", disse o procurador. "Ele não hesitou em locupletar-se com o esquema", concluiu.
Gurgel destacou saques feitos a mando de Delúbio nos quais não há a destinação de beneficiário do dinheiro. Enfatizou as constantes reuniões do ex-tesoureiro com o publicitário Marcos Valério, apontado como coordenador operacional do esquema. Afirmou ainda que o tesoureiro era "subordinado" a Dirceu dentro da organização. "Delúbio era o elo entre o núcleo político comandado por Dirceu e os operacional e financeiro, comandados por Marcos Valério".
Apesar de não ser mais réu por ter feito acordo com o Ministério Público, o ex-dirigente petista Silvio Pereira não foi esquecido. Gurgel destacou que ele agiu nos bastidores do governo negociando alianças políticas a mando de Dirceu. Para o procurador, isso ocorreu porque o esquema não era legal e o ex-ministro não poderia pedir o serviço a auxiliares na Casa Civil. "Não era possível a José Dirceu confiar a servidores da Casa Civil a negociação ilícita que fazia com parlamentares".
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