Após seis anos de brigas, o PT de Minas Gerais deve fazer em 2014 a primeira disputa eleitoral pacificada, já que os três candidatos a presidente estadual da legenda apoiam a pré-candidatura do ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) para o governo do Estado.
O ambiente de entendimento preocupa o PSDB do senador Aécio Neves, que tem ao menos quatro nomes para concorrer contra o petista, mas nenhum até agora o convenceu.
O PSDB vai defender 12 anos de gestão tucana em Minas, enquanto o PT tenta unificar o discurso e aponta possibilidades reais de conquistar pela primeira vez o poder no Estado. "Acho que é hora de Minas conhecer um modelo de desenvolvimento com justiça social, mas quem vai liderar isso vamos saber no ano que vem ", disse Pimentel, que até agora não assumiu a postulação.
A pacificação em torno do nome ao governo, contudo, não apaga diferenças internas em torno dos métodos de condução da sigla, especialmente em relação a alianças eleitorais.
O fato de Pimentel ter feito aliança com Aécio em 2008 na disputa em BH, contra a vontade do grupo de Patrus, ainda está por trás dessa questão.
Por isso, a disputa pela presidência do PT-MG deve ser dura. De um lado está o grupo dos ex-ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci, que defendem o nome de Gleide Andrade, secretária de Finanças do PT mineiro.
O grupo de Pimentel defende a candidatura do deputado federal Odair Cunha. Correndo por fora, com menos chances, está o deputado estadual Rogério Correia.
Os defensores de Pimentel dizem, por exemplo, que a vitória de Odair dará ao ministro mais espaço para negociar, em nome do partido, alianças com siglas que não são aliadas tradicionais do PT.
Já os petistas ligados a Patrus e a Dulci tentam evitar dar essa margem a Pimentel, embora preguem também alianças amplas. Dizem ainda que Gleide teria maior controle do PT no Estado.