Deputado cita oferta por apoio a 'afilhado' de Campos

Estadão Conteúdo
24/07/2014 às 09:42.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:30

O deputado José Augusto Maia (PROS-PE) afirmou que recebeu oferta de dinheiro para que o seu partido integrasse a coligação de apoio ao candidato a governador de Pernambuco Paulo Câmara (PSB), afilhado político do presidenciável Eduardo Campos (PSB).

O deputado, que era presidente do diretório estadual do PROS, acusou o presidente nacional do seu partido, Eurípedes Jr., e o líder da bancada do PP na Câmara Federal, Eduardo da Fonte (PE), de serem os autores da oferta de propina.

A denúncia de Augusto Maia foi revelada nesta quarta-feira, 23, pelo jornal Folha de S.Paulo. O deputado afirma que não aceitou as ofertas porque estava comprometido com a candidatura do adversário do afilhado de Campos na disputa estadual, o senador Armando Monteiro Neto (PTB).

Nesta quarta, ao jornal O Estado de S. Paulo, Augusto Maia reafirmou que as propostas foram feitas em duas situações distintas: na primeira, no hotel Recife Atlante Plaza, no bairro de Boa Viagem, na capital pernambucana, no dia 12 de junho, em uma reunião com a participação de Eurípedes Jr., dos deputados federais Givaldo Carimbão (AL), do líder do PROS na Câmara, Salvador Zimbaldi (PROS-SP), Ronaldo Fonseca (PROS-DF), Márcio Junqueira (PROS-RR) e Major Fábio (PROS-PB).

"Ele (Eurípedes Jr.) disse ter uma proposta irrecusável para eu apoiar Paulo Câmara", afirmou. O deputado garantiu que só vai revelar a suposta quantia oferecida em juízo. "Não adianta perguntar." Segundo ele, a quantia foi escrita em uma folha de papel e depois rasgada.

De novo

Augusto Maia disse que a outra oferta foi feita no dia 17 de junho, antes do jogo da seleção brasileira com o México, durante um encontro com o líder da bancada do PP na Câmara, Eduardo da Fonte (PP). "Ele passou a oferecer outra proposta em dinheiro, disse que era para fechar com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB)."

Os parlamentares citados ouvidos hoje pela reportagem negaram a acusação.

‘Alinhamento’

O deputado disse que foi destituído da presidência estadual do PROS por não ter aceitado as ofertas financeiras. Eleito pelo PTB, ele afirma que deixou a sigla no ano passado para ingressar no partido com a promessa de assumir a presidência estadual da sigla e a garantia de não abrir mão da sua autonomia para apoiar o candidato petebista. "Meu alinhamento é com o projeto de Armando." Augusto Maia não será candidato a nenhum cargo nestas eleições.

Ele subiu na tribuna da Câmara dos Deputados no dia 17 e no seu discurso disse que foi destituído do cargo e teve o nome excluído da lista de candidatos do PROS-PE "por não aceitar proposta indecorosa e vergonhosa do presidente nacional do PROS, Eurípedes Jr., para se coligar com o PSB".

Ele disse que vai entrar com uma ação de nulidade de destituição no Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília. É quando promete informar, em juízo, os valores das ofertas de dinheiro que afirma ter recebido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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