Dívida de Minas

Deputados da oposição criticam fim de referendo para privatização da Copasa

Discursos foram feitos na primeira reunião de plenário para discussão da PEC em 1º turno

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
21/10/2025 às 17:55.
Atualizado em 21/10/2025 às 18:04
Protesto sobre o fim do referendo popular no plenário da ALMG (Daniel Protzner/ALMG)

Protesto sobre o fim do referendo popular no plenário da ALMG (Daniel Protzner/ALMG)

A proposta do Governo Zema que acaba com a necessidade de referendo popular para autorizar a privatização da Copasa foi criticada por deputados da oposição durante reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (21).

Foi a primeira das seis reuniões de discussão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/23. Depois de esgotada essa fase, a matéria poderá ser colocada em votação em 1º turno. Novas reuniões estão agendadas para esta quarta-feira (22).

A PEC 24/23 integra o pacote de medidas do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). A proposta prevê a Minas o abatimento de parte do saldo devedor com a União e a renegociação do pagamento do restante da dívida com juros menores. Para isso, o Governo do Estado pretende se valer da entrega de ativos à União e de privatizações.

Referendo popular na Carta Mineira

A Copasa é um dos ativos que o Estado pretende utilizar para amortizar sua dívida com a União. Por meio do Projeto de Lei (PL) 4.380/25, o governador Romeu Zema solicita autorização para promover a desestatização da estadual. A PEC 24/23 acaba com a necessidade de realização de referendo para a privatização da empresa, alterando dispositivo inserido na Constituição Estadual em 2001, no governo Itamar Franco.

Os deputados da oposição se colocaram contra a privatização da Copasa e defenderam a manutenção do referendo popular na Carta Mineira. Todos alertaram que o bloco oposicionista vai obstruir a votação da PEC 24/23 no Plenário.

Para o deputado Cristiano Silveira (PT), a inserção da necessidade de referendo na Constituição Estadual foi uma conquista da sociedade mineira. “Lutaremos até o final para que essa conquista histórica não se perca”, afirmou.

O deputado Betão (PT) acrescentou que a Copasa atende 74% dos municípios mineiros e é essencial para garantir a cobertura daqueles com menores índices de desenvolvimento humano, que não despertam o interesse da iniciativa privada. Ele ainda lembou que a Copasa é uma empresa superavitária, com lucro líquido de R$ 1,32 bilhão em 2024.

Já a deputada Leninha (PT) chamou a PEC de “PEC do cala a boca”. “Qual é o medo do Zema de ouvir a população mineira?”, provocou. Na sua avaliação, a privatização pode prejudicar principalmente o Norte de Minas e o Vale do Jequitinhonha, regiões que convivem com a escassez hídrica.

O contraponto aos parlamentares oposicionistas foi feito pela deputada Amanda Teixeira Dias (PL). “Quando a direita governa com coerência, traz resultados e gera empregos. Quando a esquerda governa, traz caos econômico e desequilíbrio tributário”, afirmou.

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