Ex-prefeito que apoiou Mauro Tramonte (Republicanos) irá fazer uma viagem particular
Kalil participou de vários atos de campanha com Mauro Tramonte (Rodrigo Lima/Divulgação)
Após sair como “derrotado” no primeiro turno da eleição em Belo Horizonte, mesmo sem ter disputado o pleito, o ex-prefeito Alexandre Kalil (Republicanos) não irá votar neste domingo (27). Ele fará uma viagem particular e seguirá neutro no embate entre Fuad Noman (PSD) e Bruno Engler (PL).
A informação de que Kalil não estará em BH foi dada pela assessoria de imprensa do ex-chefe do Executivo. Ele foi questionado sobre a ausência no 2º turno, mas não quis se manifestar. Em 2020, Kalil foi reeleito no primeiro turno, com 63,36% dos votos (782.423 votos). Renunciou ao cargo em 2022, para concorrer ao Governo de Minas.
No 1° turno deste ano, Kalil “apostou as fichas” em Mauro Tramonte (Republicanos), assim como o rival e adversário político, o governador Romeu Zema (Novo). Durante a campanha, Kalil acompanhou o apresentador de TV em diversas agendas.
Tramonte chegou a despontar com folga em sucessivas pesquisas de intenção de voto. Os levantamentos indicavam que ele iria para o segundo turno. No entanto, recebeu apenas 15,22% dos votos e ficou em terceiro lugar na corrida pela PBH.
Na reta final, o apresentador de TV foi ultrapassado por Engler e Fuad, que receberam 34,38% e 26,54% dos votos, respectivamente. Após a derrota, Tramonte optou por não apoiar nenhum dos candidatos. Já o Republicanos seguiu o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, e declarou apoio a Engler. O mesmo foi feito por Zema.
O ex-prefeito de Belo Horizonte se tornou réu em uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público de Minas Gerais. A acusação afirma que o político teria solicitado e recebido, em 2021, vantagem econômica indevida, ao impor que uma agência de comunicação custeasse uma pesquisa eleitoral de R$ 60 mil, durante a pré-campanha para o Executivo estadual.
Segundo Kalil, o processo só existe porque ele foi procurado pelo MP para fazer um acordo e não aceitou. Ele afirma que o contrato de publicidade teria sido firmado no governo anterior ao dele e não sofreu nenhum reajuste durante o mandato.
“Esse processo só existe porque fui procurado pelo Ministério Público para fazer um acordo que evitaria o nascimento do processo. Eu neguei fazer qualquer acordo porque nunca pratiquei nada de ilegal. Como já disse em outras ocasiões, quem tem medo de investigação é bandido. Graças a Deus, não é o meu caso. Já reviraram minha vida e nunca encontraram nada. Esse contrato de publicidade que falam, é da época da gestão anterior à minha e ele não sofreu reajuste quando fui prefeito”, disse Kalil.
Conforme o Hoje em Dia mostrou, cientistas políticos analisam que Kalil saiu derrotado no primeiro turno. O mesmo, no entanto, não ficou tão evidente com relação a Romeu Zema.
“Se o Tramonte tivesse vencido, o (Romeu) Zema ganharia. Como perdeu, mas o Zema não apareceu (na campanha), o governador não é atingido”, analisa o cientista político Malco Camargos, professor da PUC Minas.
Por isso, diz, o ônus da perda de Tramonte recai sobre Kalil. “Kalil abandonou o Fuad, apostou em um terceiro nome, se aliou a um adversário (Zema). Perdeu na aposta que fez e ficou com as contradições”, reforçou o cientista político, em recente entrevista ao Hoje em Dia.
Fuad Noman foi vice-prefeito de Kalil no segundo mandato na PBH e assumiu a chefia do Executivo quando o gestor, então no PSD, renunciou para concorrer ao Governo de Minas, em 2022.
*Estagiário, sob supervisão de Renato Fonseca
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