O vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), afirmou nesta segunda-feira que a "monumental vaia" que a presidente Dilma Rousseff recebeu no sábado, 15, antes do jogo de abertura da Copa das Confederações, em Brasília, partiu do povo brasileiro. O tucano rebateu a afirmação, considerada por ele dissimulada, de que foi a elite que vaiou a presidente na cerimônia anterior à partida de futebol disputada entre Brasil e Japão.
"Repentinamente os governistas afirmam tratar-se de elitistas que vaiaram a presidente da República. Ora, eu estive lá, não estive nos camarotes onde estavam os representantes da elite. Eu estive nas arquibancadas, onde estavam representantes da população e vi que não era a elite que estava ali a vaiar. Era o povo brasileiro. Classe média preponderantemente talvez", disse, em pronunciamento da tribuna do Senado.
O vice-líder do PSDB afirmou que "quem esteve no estádio pode fazer a leitura correta". "Foi uma vaia espontânea, não preparada, repentina, uma manifestação de indignação que explodiu e explodiu inesperadamente", observou.
O tucano perguntou-se qual a razão do episódio. Mas não o respondeu diretamente. Ao se referir tanto a vaia quanto os protestos pela redução da passagem de ônibus que tomam conta do País desde a semana passada, ele disse que há uma "insatisfação latente" das pessoas contra o sistema vigente no País nos últimos 10 anos. Um sistema em que, segundo ele, impera a desonestidade e limita a capacidade de investimento da sociedade brasileira.
Alvaro Dias afirmou que os protestos que tomam conta das ruas do País são contra "esse sistema político atrasado", chegando a fazer um mea-culpa do parlamento, "incapaz" de dar as respostas necessárias. "Nós temos que humildemente entender que essas manifestações de rua, esses protestos brasileiros se dirigem a todos nós", completou.
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