No primeiro ato público de campanha desde que foi retirada definitivamente da Presidência da República, Dilma Rousseff prestou solidariedade ao antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, que se tornou réu na Lava Jato, acusado pelo Ministério Público Federal do Paraná de corrupção e lavagem de dinheiro.
"Primeiro atacaram a mim, agora estão atacando o Lula e fazem isso de maneira muito golpista", discursou, em comício ao lado da candidata do PCdoB à prefeitura do Rio de Janeiro, deputada Jandira Feghali. "Mas nosso povo é capaz de lutar e resistir", afirmou Dilma.
A ex-presidente disse que "a dor da injustiça" pelo impeachment é a terceira que sofre na vida, depois de passar pela "dor indizível da tortura", na juventude, e de superar um câncer. Dilma atacou o projeto do governo Michel Temer que fixa teto de gastos federais, no limite da despesa do ano anterior, mais a inflação do período.
"O Brasil corre risco de retrocesso, de congelamento do orçamento, os pobres não cabem mais no orçamento. Vão reduzir o gasto per capita, por cabeça, em saúde e educação. Reduzir gasto com é educação é crime contra a juventude e o País", alertou. A petista agradeceu os gritos de "volta Dilma" e disse que o voto em Jandira "é decisivo para a volta da democracia, é um 'volta Dilma'".
Dilma chegou à Cinelândia, no centro, às 18h50 e não participou da caminhada que partiu do Largo da Carioca, a 300 metros do local do comício. Jandira caminhou acompanhada de petistas como o senador Lindbergh Farias e os deputados Luiz Sérgio e Benedita da Silva, além do candidato a vice prefeito, o ex deputado e ex ministro da Igualdade Racial Edson Santos.
Na próxima segunda-feira, Jandira fará campanha com o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os candidatos do Rio, Jandira é a única que nacionalizou a disputa e fez do Fora Temer e da defesa de Lula e Dilma um dos motes da campanha. "Só nós tratamos desse assunto, a democracia não é um tema secundário. Com Dilma e Lula aqui, nós mostramos nosso lado", disse a candidata do PCdoB.
Em alguns momentos os locutores do comício fizeram menção ao "agressor de mulheres", referindo-se ao candidato do PMDB a prefeito, Pedro Paulo, que foi denunciado de agressão pela ex-mulher, Alexandra Marcondes. A ex-mulher disse que fez uma falsa acusação e o processo contra Pedro Paulo no STF foi arquivado. Dilma fez coro à referência indireta. "É muito importante que as mulheres deste país não sejam vítimas da violência, não sejam estupradas ou espancadas", discursou.
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