Dilma critica aprovação de aumento de gastos

Marcelo Portela
07/08/2013 às 16:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:46

A presidente Dilma Rousseff usou nesta quarta-feira um discurso voltado principalmente para a Educação para mandar uma indireta para o Congresso, que pode aprovar o chamado Orçamento impositivo, que obriga o governo a desembolsar os recursos previstos em emendas parlamentares, além de outros projetos que resultariam em mais sangria nos cofres do Executivo. Segundo a petista, o "pessoal quer aumentar o gasto, mas não diz de onde sai o dinheiro".

Dilma participou, no fim da manhã e início da tarde, da inauguração do campus da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) em Varginha, no sul de Minas. Ao abrir o evento, a estudante Rafaela Rodrigues da Silva Carvalho, representante do Centro Acadêmico da instituição, cobrou da presidente a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação. "Tenho absoluta certeza de que muito falta por fazer. Tanto tenho essa certeza que quando nós contemplamos a possibilidade de fato chegar a gastar os 10% do Produto Interno Bruto, nós tomamos uma medida", disse a presidente, referindo-se a planejamento para fazer os investimentos. "Porque no Brasil tem algumas coisas que são muito engraçadas. O pessoal quer aumentar o gasto, mas não diz de onde sai o dinheiro. Vocês são prefeitos e prefeitas. Nós sabemos que, para você aumentar (gastos), tem que dizer de onde sai (verba)", acrescentou, dirigindo-se à plateia.

Na terça-feira, 6, uma comissão especial da Câmara dos Deputados ignorou pedido da presidente e aprovou parecer da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que impõe o pagamento das emendas parlamentares e o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), quer aprovar o texto em dois turnos no plenário ainda essa semana. O projeto prevê pagamento isonômico de pelo menos R$ 10 milhões para as emendas parlamentares. Caso seja aprovada também pelo Senado, a PEC, que não precisa da sanção presidencial para virar lei, pode resultar em desembolso de mais de R$ 6 bilhões no ano que vem, quando deputados e senadores querem agradar suas bases de olho na reeleição.
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