Com a popularidade em baixa e prestes a enfrentar um protesto programado para o próximo dia 15, em todo o país, a presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para pedir apoio à população brasileira. Vestida de verde, a cor da esperança, a presidente defendeu os “ajustes fiscais” promovidos pela equipe econômica e responsabilizou o agravamento da crise internacional pela necessidade das medidas tomadas. Falando à classe média, que segundo ela ganhou mais de 44 milhões de integrantes nos últimos anos, Dilma disse que as dificuldades que existem não irão comprometer as conquistas ou vão fazer o Brasil parar. Pediu paciência e jogou parte da culpa pela alta dos preços para a “maior seca da história” do país. “Entre muitos efeitos graves, esta seca tem trazido aumentos temporários no custo da energia e de alguns alimentos. Tudo isso, eu sei, traz reflexos na sua vida. Você tem todo direito de se irritar e de se preocupar. Mas lhe peço paciência e compreensão porque esta situação é passageira”, disse. Ainda de acordo com a presidente, as 36 milhões de pessoas que saíram da miséria também não irão retroceder. “Começamos a cortar gastos do governo. A primeira reação (da economia) virá já no final do segundo semestre deste ano”, disse ela, completando que, diferentemente da crise pela qual passa o país, os resultados e benefícios terão longa duração. “Toda dona de casa ou pai de família sabe que às vezes é necessário cortar gastos para evitar que eles saem do controle”, exemplificou. A presidente avaliou que o “esforço tem que ser visto como mais um tijolo, no grande processo de construção do novo Brasil". Segundo a Dilma, a construção não é só física, mas também espiritual. E rapidamente, sem citar nominalmente a operação “Lava-Jato”, falou sobre a corrupção na maior empresa brasileira. “Com coragem e até sofrimento, o Brasil tem aprendido a praticar a justiça social em favor dos mais pobres, como também aplicar duramente a mão da justiça contra os corruptos. É isso, por exemplo, que vem acontecendo na apuração ampla, livre e rigorosa nos episódios lamentáveis contra a Petrobras", afirmou. Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, Dilma informou que sancionará a Lei do Feminicídio, que torna crime hediondo o assassinato de mulheres decorrente de violência doméstica.