De olho nos movimentos eleitorais de 2014, quando haverá disputas para o governo do Estado e para o Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff (PT), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD) entraram em campo para amarrar as alianças com os candidatos a prefeito de São Paulo, o petista Fernando Haddad e o tucano José Serra.
Tanto o governo de São Paulo quanto o Planalto negociam nos bastidores a abertura de espaços em secretarias e ministérios aos aliados dos candidatos no 2.º turno. Há previsão de mudança de equipes em Brasília para contemplar o PMDB, que vai apoiar Haddad. O PDT e o PTB, que embarcarão na campanha de Serra, devem receber compensações do Palácio dos Bandeirantes.
O PRB, de Celso Russomanno, também conversou com Alckmin e Dilma, e deve anunciar a decisão nesta quarta-feira
Nesta terça-feira (9), Lula e Haddad foram à casa do vice-presidente Michel Temer (PMDB) formalizar a aliança entre PT e PMDB, de Gabriel Chalita. O anúncio ficou para esta quarta-feira, às 15 horas, quando Temer se reúne com os dirigentes do PMDB paulista. Para o vice, o resultado das eleições reforça a aliança nacional para 2014.
Ao conduzir o PMDB para reproduzir em São Paulo a parceria com o PT, Temer quer que o partido tenha espaço proporcional ao que ocupa na esfera federal - o partido controla hoje seis ministérios. Temer, porém, não teria colocado a participação em secretarias municipais como condição para fechar a aliança.
Com o apoio de Chalita, que teve 833 mil votos no primeiro turno, a legenda pretende ampliar o espaço no governo Dilma, reivindicação que já era feita antes de a eleição começar. Também quer o apoio dos petistas em Natal, Florianópolis e Campo Grande. Em São Paulo, o PMDB tenta adesão no Guarujá e Sorocaba - Lula e Dilma vão gravar mensagem aos candidatos. "Estamos disputando em alguns locais onde há possibilidade de PT apoiar o PMDB", disse Temer. O PT negocia o apoio do PMDB em Salvador. Em São Paulo, quer alianças em Santo André e Campinas.
Nesta terça-feira (9), Haddad disse que o secretariado não foi tratado na visita a Temer. O PMDB tenta evitar que o apoio seja interpretado como troca por cargos. O discurso acertado é o de que a união se dará em torno de projetos e da incorporação de pontos do programa de governo de Chalita para São Paulo, como a escola de tempo integral, as UPAs 24h e o Poupatempo para as empresas.
PSDB
Para atrair apoios para Serra, Alckmin também telefonou e recebeu no Palácio dos Bandeirantes dirigentes de partidos aliados. Ontem e anteontem se encontrou com o presidente do PTB paulista, Campos Machado, no Palácio dos Bandeirantes. Serra participou da reunião de ontem. O PTB apoiará o tucano.
A legenda poderá indicar o ex-vice de Celso Russomanno (PRB), Luiz Flávio DUrso, para a Secretaria de Justiça, na reforma no secretariado de Alckmin prevista para novembro. O PTB também trabalha para trazer o apoio do PRB de Russomanno.
O governador conversou também na segunda-feira, por telefone, com o candidato derrotado do PDT, Paulinho da Força, para fechar a aliança com o candidato tucano. Kassab recebeu o sindicalista em seu apartamento, com Serra, na madrugada de ontem para finalizar o acerto.
O PDT passou a controlar a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, após negociação sobre o apoio de Paulinho em 2014 à reeleição de Alckmin. Antes de terminar a eleição municipal, o governador conversara com o pedetista sobre a aliança com Serra - Paulinho tem mantido discurso crítico ao governo federal. O PDT não terá mais espaço na gestão Alckmin na reforma do secretariado. A decisão do sindicalista de apoiar Serra causou um racha na Força Sindical. Líderes nacionais da entidade afirmaram que a definição da aliança não foi submetida a integrantes do grupo.
O PPS, de Soninha também anuncia nesta quarta-feira apoio a Serra. Alckmin conversou sobre a aliança com seu secretário David Zaia (Gestão Pública), do PPS. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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