A presidente Dilma Rousseff mandou fazer uma varredura em todos os acordos de inteligência que órgãos do governo teriam com os Estados Unidos para ter certeza de que nada autorizava os americanos a monitorar comunicações de cidadãos brasileiros. A dúvida foi levantada depois que, em entrevista ao Grupo Estado, o ex-embaixador do Brasil na China, Luiz Augusto de Castro Neves, afirmou que há uma coordenação de inteligência entre forças de segurança dos dois países.
Nesta quarta-feira, a Presidência divulgou uma nota sobre as providências que foram tomadas pelo governo para investigar a denúncia de espionagem. Ao final, a garantia: "O governo brasileiro não autorizou nem tinha conhecimento das atividades denunciadas. A eventual participação de pessoa, instituição ou empresa do País nestas atividades é inconstitucional, ilegal e sujeita às penas da lei".
O governo brasileiro sabe que já agentes de inteligência trabalhando no País. A colaboração e a troca de informações é feita, de maneira formal, entre a Agência Brasileira de Inteligência e órgãos como a CIA. Normalmente, os agentes, que vem como funcionários comuns das embaixadas, são acreditados na Abin e conhecidos do governo. De acordo com diplomatas, o Itamaraty também conhece esse trabalho, mas não tinha ideia de que poderia haver um monitoramento de informações à revelia do governo.
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