Dilma se atrasa para 1.o compromisso da visita ao Peru

Tânia Monteiro, enviada especial
11/11/2013 às 15:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:04

A presidente Dilma Rousseff chegou no início da tarde desta segunda-feira, 11, ao Palácio de Governo, em Lima, no Peru, com 55 minutos de atraso para cumprir o primeiro compromisso de uma visita de Estado que vai durar menos de 12 horas ao país. O Brasil está de olho no crescimento econômico do Peru, que será da ordem de 5,5% em 2013, mais do que o dobro do brasileiro. O Peru, que tem acordo de livre comércio com a China e os Estados Unidos, faz parte da comunidade andina de nações e, depois que passou a privilegiar negócios com parceiros fora da região, conseguiu alcançar índices de crescimento capazes de causar inveja a muitos países, inclusive o Brasil, cujas previsões são de elevação de apenas 2,2%.

Com objetivo de incrementar o comércio, atrair investimentos para o Brasil e abrir mais portas para os empresários brasileiros no país, Dilma discursará para cerca de 300 empresários dos dois países durante o foro empresarial Brasil-Peru. O presidente do Peru, Ollanta Humala, também falará no encontro.

Em razão de acordos de livre comércio, China e Estados Unidos são os dois principais parceiros comerciais do Peru, que tem o Brasil como o terceiro país a comprar seus produtos. Mas o Brasil é apenas o 10º país de destino de exportações peruanas. O comércio bilateral entre os dois países em 2012 alcançou US$ 3,7 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 1,1 bilhão. Mas, do ano passado para cá, segundo o Itamaraty, o comércio entre os dois países cresceu 8,8%.

Dilma foi recebida com toda pompa, seu carro foi acompanhado pelo regimento de cavalaria, cuja banda se apresenta montada em cavalos, passou em revista a guarda de honra e chegou à Praça das Armas para entrar no palácio presidencial, onde foi recebida pelo presidente do Peru, Ollanta Humala. Os dois ouviram os hinos brasileiro e peruano.

Agora, no salão dos embaixadores, eles terão uma reunião privada, que deverá durar 45 minutos. Em seguida, haverá reunião ampliada, com os ministros dos dois lados. Dilma veio acompanhada do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel; das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo; e da Comunicação Social, Helena Chagas, além de seu assessor internacional, Marco Aurélio Garcia.

Três acordos serão assinados entre os dois países. Mas, o principal deles é o que permitirá que os moradores da cidade de Assis Brasil, no Acre, pelo lado brasileiro, e os moradores das cidades peruanas de Inapari e Iberia possam falar em seus telefones celulares, sem ter de pagar o roaming internacional, naquela fronteira. Este será um projeto-piloto, que depois deverá ser estendido para outras áreas fronteiriças, mas sem data marcada. O segundo acordo é de cooperação entre as agências de água entre os dois países, e o terceiro que prevê o intercâmbio de experiência em relações trabalhistas.

A visita a Lima é principalmente um gesto político para marcar os dez anos da Aliança Estratégica Brasil-Peru. Mas a chamada saída para o Pacífico, que empresas brasileiras pleiteiam, para exportar seus produtos, usando integração de ferrovias ou rodovias entre os dois países, está muito longe de ser concretizada.

Na agenda do dia está previsto ainda que Dilma e Humala troquem condecorações e almocem juntos, além de cerimônia em que Dilma receberá as chaves da cidade de Lima das mãos da prefeita Susana Villarán. A volta de Dilma a Brasília está prevista para as cinco da tarde, horário local, 20 horas no Brasil.
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