Disputa pelo governo de Minas Gerais não atrai "nanicos"

Lucca Figueiredo - Do Hoje em Dia
10/03/2013 às 08:26.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:45
 (TONINHO ALMADA)

(TONINHO ALMADA)

Apesar de o Estado contar com cerca de três dezenas de legendas – boa parte com representantes eleitos para a Assembleia Legislativa e para a Câmara dos Deputados –, a maioria absoluta dos partidos apenas vai “acompanhar” a disputa pelo governo de Minas. Sem interesse ou condições de lançar nomes para a sucessão do governador Antonio Anastasia (PSDB), os chamados “nanicos”, mais uma vez, apenas farão parte de coligações, de olho nos cargos de segundo e terceiros escalões do Executivo.    A intenção é a de cobrar a fatura em caso de vitória. Com isso, as legendas terão espaços para abrigar seus “afilhados”. Em muitos casos, o próprio presidente é quem acaba sendo nomeado. Muitos nem sequer participam das eleições. Há anos não se candidatam a nenhum cargo público. Mas, mesmo assim, continuam comandando os partidos.    Procurados, os comandantes de vários partidos se esquivam do assunto. Segundo eles, as dificuldades financeiras e a falta de nomes que tenham condições de concorrer ao governo são os grandes complicadores para a apresentação de candidatos. Alguns chegam a dizer que não pedem cargos na gestão, para não terem nenhum tipo de dependência. Mas, na prática, isso é totalmente diferente.   “É a coisa mais comum do mundo. Tem gente que coloca até filha para trabalhar, mas não disputa nenhuma eleição”, afirmou uma fonte que pediu anonimato. Além do governo, os presidentes dos partidos também entram na fila por vagas nos gabinetes de aliados eleitos. Responsáveis por montar as chapas proporcionais, eles articulam o grupo e depois pedem uma fatia do bolo.     Entre os partidos de menor expressão, um exemplo de quem não concorre mas está há anos no poder é o presidente do PRP, Tibelindo Soares Resende. Ele comanda a sigla há 13 anos, mas antes esteve em outras legendas. Ele afirma ter 45 anos na vida pública, mas a última vez em que concorreu a um cargo foi em 2002, quando tentou ser senador. Hoje, Tibelindo é assessor do governador Antonio Anastasia. “Nós apoiamos o governo e não cobramos nada. Mas a obrigação de um governo correto é procurar os que ajudaram na disputa e formalizar algum compromisso. E tem que ter quadro pra preencher o posto”, afirmou.    Outro que também comanda uma legenda mas não concorre é Agostinho Neto (PSL). Ele nunca foi candidato e está há seis anos como presidente da sigla. Segundo ele, não há cobrança por cargos, mas o PSL tem integrantes nos governos da capital e estadual. “Não cobramos nada para não ficarmos dependentes”, afirmou.   Leia mais na edição digital

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